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Bispos pedem discursos de paz e perdão nas celebrações da independência

Os bispos católicos angolanos exortaram hoje as autoridades e políticos e evitarem discursos de ódio e de reabertura de feridas do passado nas celebrações dos 50 anos de independência de Angola, “priorizando” valores da liberdade, paz, reconciliação e perdão.

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Há 2 semanas
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Com as actividades para celebrar os 50 anos de independência nacional, que se assinala a 11 de Novembro de 2025 já em marcha, os bispos incentivaram as autoridades e todos os políticos a fazerem destas festividades “um verdadeiro jubileu” que priorize “os valores da liberdade, da paz, da reconciliação nacional, do perdão, da misericórdia e de um olhar mais positivo e honesto para o futuro evitando os discursos de ódio e da reabertura das feridas do passado”, segundo o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Belmiro Chissengueti.

Governantes e políticos devem ajudar as novas gerações a terem uma “mentalidade tolerante, pluralista e democrática” sem ressentimentos “daquele passado sinuoso”, referiu o religioso.

Belmiro Chissengueti, que apresentava em conferência de imprensa as resoluções da 1.ª Assembleia Plenária Anual dos Bispos da CEAST, que terminou esta Sexta-feira em Luanda, defendeu que as celebrações da independência de Angola devem ser uma “festa de todos, com todos e para todos”.

“Que seja uma festa de todos os angolanos e na leitura deste todos é preciso ter a grandeza daquilo que é um jubileu, e precisamos um passo de reconciliação nacional e não de reabertura das feridas do passado”, reafirmou, em resposta aos jornalistas.

A plenária aprovou o esboço da Mensagem Pastoral para a Celebração dos 50 anos de Independência de Angola, cujo teor será divulgado apenas em Julho próximo.

O colégio episcopal, reunido em plenária entre 24 e 28 de Fevereiro, recomendarou às autoridades que repensem os concursos públicos nacionais no sector da saúde e da educação, criando condições para a permanência dos candidatos admitidos nas zonas mais recônditas do país.

“Constatamos que o Estado faz concursos públicos que são nacionais, os candidatos concorrem e são admitidos, mas a verdade é que grande percentagem desses candidatos admitidos nos concursos depois não vai lá para trabalhar, mesmo com contratos assinados e salários”, referiu o porta-voz da CEAST.

No capítulo eclesial, os bispos aprovaram o estatuto do delegado episcopal para a Educação e o plano estratégico da Comissão Episcopal de Justiça e Paz e defenderam a necessidade de as dioceses darem prioridade à formação doutrinal, humana, espiritual e intelectual dos catequistas.

Continuar o processo de criação de novas dioceses para permitir uma melhor proximidade de pastoral e continuar a trabalhar no processo da regularização da segurança social do clero, dos religiosos e dos trabalhadores das instituições da igreja constam ainda das recomendações do encontro.

C/VA

PONTUAL, fonte credível de informação.