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João Lourenço entre os estadistas presentes no funeral de Francisco

O Presidente João Lourenço testemunha, hoje, no Vaticano, o funeral do Papa Francisco, falecido na última segunda-feira, por doença, aos 88 anos.

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Há 10 horas
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O Chefe de Estado angolano e Presidente da União Africana chegou, ontem, a Roma e junta-se a uma centena de delegações oficiais estrangeiras e a mais de 200 mil pessoas que são esperadas na Praça de São Pedro para dar o último adeus ao líder da Igreja Católica.

Entre os estadistas e líderes mundiais que confirmaram a presença no funeral do Papa estão o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, o Presidente da República, o líder do Parlamento e o Primeiro-Ministro português, Marcelo Rebelo de Sousa, José Pedro Aguiar-Branco e Luís Montenegro, respectivamente, Giorgia Meloni, Primeira-Ministra da Itália, e os Chefes de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, francês, Emmanuel Macron, norte-americano, Donald Trump, brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e argentino, Javier Milei.

Fazem, ainda, parte da lista Keir Starmer, Primeiro-Ministro do Reino Unido, William, príncipe de Gales (em representação do Rei Carlos III), Olaf Scholz, Chanceler da Alemanha, e António Costa, presidente do Conselho Europeu.

As cerimónias fúnebres vão ser presididas pelo Cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, a escolha de Giovanni Re deve-se ao protocolo tradicional da Igreja Católica, uma vez que o Cardeal italiano ocupa o cargo de decano do Colégio Cardinalício – posição reservada ao Cardeal mais graduado, responsável por presidir à cerimónia fúnebre e orientar o conclave que vai eleger o novo Papa.

De 91 anos, Giovanni Battista Re nasceu a 30 de Janeiro de 1934, na Itália. Entrou no seminário em 1945, aos 11 anos, tendo sido ordenado padre em 1957. O cardeal tem uma longa carreira dedicada à diplomacia e à administração interna do Vaticano. Entre as décadas de 60 e 70, esteve em várias Nunciaturas Apostólicas (representações diplomáticas do Vaticano), entre as quais do Panamá e Irão. Mais tarde, ocupou cargos de destaque na Secretaria de Estado do Vaticano, responsável pelos assuntos internos e externos da Igreja.

Giovanni, descrito como uma pessoa discreta e com profunda familiaridade com o Vaticano, trabalhou de perto com o Papa João Paulo II e participou no conclave que elegeu Bento XVI, assim como Francisco.

Em 2020, foi escolhido como decano do Colégio Cardinalício, o que faz dele a principal figura entre os cardeais. Cinco anos depois, o cargo foi-lhe renovado pelo Papa Francisco. Entretanto, devido às regras da Igreja Católica, Giovanni Re não vai poder participar na eleição do futuro Papa, porque a idade limite para votar e ser eleito Papa é 80 anos.

O fecho do caixão

Um momento marcante durante as cerimónias fúnebres do Papa Francisco aconteceu na noite de ontem, com o fecho do caixão, uma tarefa atribuída ao Cardeal camerlengo, Kevin Farrell. O prelado irlandês presidiu ao acto de encerramento da urna, na Basílica de São Pedro, e vai presidir ao seu enterro, na Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco ficará sepultado.

O período entre a morte de um Papa e a eleição do seguinte, chamado Sé Vacante, tem no comando do Vaticano um dos membros do Colégio Cardinalício, o chamado Cardeal camerlengo. Desde 2019, este cargo é ocupado pelo irlandês.

Com a morte do Papa, Kevin Joseph Farrell, 77 anos, é o actual chefe interino da Igreja Católica. Foi Farrell quem anunciou a morte de Francisco, na manhã da última segunda-feira, a partir da Casa de Santa Marta, após uma verificação oficial para atestar que o Sumo Pontífice está morto.

Cumprindo o ritual, naquele mesmo dia, o Cardeal Farrell removeu o chamado “anel do pescador” do dedo de Francisco e o cortou com uma grande tesoura, tendo outros cardeais como testemunhas. Com a destruição do selo papal no anel, ficou oficialmente encerrado o pontificado.

Só depois desse ritual tradicional é que o camerlengo fez as notificações da praxe, comunicando a Cúria Romana e as demais autoridades. Depois do funeral, Farrell vai estar igualmente à frente da organização do conclave para a eleição do novo Papa.

Homem de confiança do Papa Francisco, o Cardeal camerlengo é também o prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, uma instituição redesenhada pelo Papa Francisco durante a reforma da Cúria Romana, para melhorar o cuidado pastoral com os católicos não ordenados.

Dicastérios são instituições particulares da Cúria Romana, surgidas durante o pontificado do Papa Francisco, que o ajudam no exercício do seu poder supremo, pleno e imediato sobre toda a Igreja. Já a Cúria Romana compreende as instituições administrativas da Santa Sé e o órgão central através do qual são conduzidos os assuntos da Igreja Católica. Em síntese, é o corpo administrativo que auxilia o Papa a exercer o poder.

C/Jornal de Angola