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Fátima Jardim é a aposta de Angola para comandar os destinos da CPLP

Angola propôs oficialmente o nome da diplomata e ex-ministra Maria de Fátima Jardim para assumir o cargo de Secretária Executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), numa candidatura que deverá ser votada na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo marcada para 18 de Julho, na Guiné-Bissau.

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Com uma carreira marcada por altos cargos governamentais e representação internacional de peso, Fátima Jardim surge como a escolha de Luanda para substituir o timorense Zacarias da Costa, cujo segundo e último mandato termina em Julho, conforme ditam as regras da organização.

O nome foi apresentado na semana passada através de uma carta enviada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, aos seus homólogos nos países membros da CPLP, segundo fontes diplomáticas citadas pela agência Lusa.

Bióloga de formação, licenciada pela Universidade de Lisboa, Fátima Jardim tem um percurso político robusto: foi ministra das Pescas, do Ambiente e deputada na Assembleia Nacional, tendo também ocupado, até Março deste ano, o cargo de embaixadora de Angola em Itália. Além disso, representou Angola e os países menos desenvolvidos nas negociações do histórico Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, durante a COP21, em 2015.

O seu currículo inclui ainda a vice-presidência do Conselho da FAO a agência das Nações Unidas para a alimentação e agricultura – em representação de África, posição que assumiu em 2021. Também liderou o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira em Luanda e no Lobito, áreas onde consolidou vasta experiência nos domínios da ecologia marítima, oceanografia e recursos marinhos.

Se for confirmada, Fátima Jardim passará a liderar o principal órgão executivo da CPLP, com a responsabilidade de implementar decisões políticas, coordenar programas e representar a organização em nome dos nove países que a compõem: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A rotação do cargo de Secretário Executivo obedece a uma ordem alfabética entre os Estados-membros, tendo chegado a vez de Angola propor o candidato. Com este passo, Luanda reafirma a sua influência crescente no seio da comunidade lusófona, apostando numa figura com provas dadas em matéria de governação, diplomacia e ambiente.

Resta agora saber se os demais países irão aprovar a proposta na próxima cimeira. Tudo indica que a decisão será uma formalidade mas, no xadrez político internacional, nem sempre o previsível é garantido.