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Fiéis solicitam intervenção dos EUA sobre o conflito na IURD Angola

A ala angolana da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) pediu hoje a intervenção da embaixada norte-americana em Luanda sobre o conflito que divide os fiéis desta denominação religiosa em Angola, desde 2019.

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Há 9 meses
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Em declarações, no final do encontro com o adido político da Embaixada dos Estados Unidos em Luanda, o bispo João Bartolomeu afirmou que o conflito da IURD em Angola foi o ponto central na abordagem com o diplomata Benjamim Medina.

“Desde 2019 que temos estado em contacto com a área de assessoria política e que cuida também das questões religiosas da embaixada americana (…), então, por causa destes últimos acontecimentos marcou-se este encontro no sentido de nós darmos o ponto de situação sobre o caso da Igreja”, disse o religioso.

De acordo com o bispo angolano, no encontro com o responsável da embaixada norte-americana a IURD esclareceu “os reais factos que estão a acontecer hoje, mais precisamente em relação a este conflito que começou em 2019”, para a necessária intervenção daquela missão diplomática.

Este encontro surge duas semanas depois de algumas dezenas de fiéis e o pastor da IURD Angola protestarem, em Luanda, contra o despacho governamental que atribui nova denominação à instituição religiosa, considerando que a decisão foi “viciada” em favor da ala brasileira.

O protesto era contra o decreto do Ministério da Cultura e Turismo que reconhece a nova denominação da IURD Angola, agora Igreja do Reino de Deus em Angola (IRDA), e determina a transferência de todo o património para a IRDA.

Estes fiéis, afetos à ala dos dissidentes da IURD Angola, a conhecida ala angolana dirigida pelo bispo Bizerra Luís, consideraram que o documento assinado pelo ministro Filipe Zau beneficia a denominada ala brasileira dirigida pelo bispo Alberto Segunda.

Em novembro de 2019, dissidentes da IURD em Angola acusaram a direção brasileira de crimes financeiros, racismo, discriminação e abuso de autoridade, entre outros, e constituíram uma ala reformista, que foi reconhecida pelo Governo angolano como legítima representante do movimento religioso brasileiro.

Na sequência, foram constituídos arguidos quatro membros da liderança da IURD, absolvidos em março de 2022, da maioria das acusações, exceto o ex-responsável Honorilton Gonçalves, condenado a três anos de prisão, com pena suspensa, pelo crime de violência física e psicológica.

O conflito deu origem a alas – a de origem brasileira, liderada agora pelo angolano Alberto Segunda, e a ala dissidente, angolana, dirigida por Bizerra Luís — que reclamavam ser as legítimas representantes da Igreja fundada por Edir Macedo.