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Tempestade literária na UEA: Marta Santos contesta eleição de Lopito Feijó

O ambiente na União dos Escritores Angolanos (UEA) aqueceu após a eleição de Lopito Feijó como novo secretário-geral da organização. Marta Santos, uma das candidatas derrotadas, anunciou a intenção de impugnar os resultados, alegando irregularidades que, segundo ela, ferem os estatutos da instituição.

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Com 44 votos a favor, Feijó foi eleito no sábado, 9 de Maio, numa votação que a comissão eleitoral classificou como “livre, democrática e transparente”. No entanto, Marta Santos, da Lista B — que arrecadou 11 votos, os mesmos que Kanguimbo Ananaz da Lista C — contesta a legitimidade da candidatura do vencedor. Afirma que Lopito Feijó, enquanto ainda presidente da mesa da Assembleia-Geral, não podia, simultaneamente, candidatar-se ao cargo.

“É como se fosse empossar-se a si próprio. Isso contraria os princípios internos da organização”, afirmou Marta Santos, em declarações públicas. Acrescentou que, antes da Assembleia Eleitoral, houve uma reunião com figuras de peso como Roberto de Almeida e o jurista Francisco Queiroz, que reforçaram a obrigatoriedade do cumprimento dos estatutos.

Nas eleições foram validados 66 votos — 27 por procuração —, com dois anulados. Apesar da contestação, Lopito Feijó já delineou as suas metas: reeditar clássicos da literatura angolana, publicar obras de membros e angariar fundos para novos projectos editoriais. Pretende ainda reforçar a presença dos autores angolanos em feiras internacionais e estreitar laços com escritores dos PALOP.

Feijó sucede David Capelenguela, que cumpriu dois mandatos consecutivos à frente da UEA. A polémica, contudo, promete não se dissipar tão cedo, e o universo literário nacional aguarda pelos próximos capítulos desta disputa com ecos institucionais e culturais.