Movimento de estudantes exige suspensão imediata do aumento de propinas
O Movimento de Estudantes de Angola (MEA) exigiu esta Sexta-feira “a suspensão imediata” da autorização de aumento de propinas no ensino privado geral e superior, no próximo ano lectivo, ponderando sair às ruas caso não sejam ouvidos.

Registro autoral da fotografia
No manifesto apresentado esta Sexta-feira em conferência de imprensa, o MEA sublinha que recentemente os angolanos foram surpreendidos por uma medida anunciada pelo Governo, em conjunto com a Associação Nacional do Ensino Privado e a Associação das Instituições do Ensino Superior Privado de Angola, que autoriza as universidades privadas e o ensino privado geral a aumentarem até 20,74 por cento, o valor das propinas e emolumentos.
Na sua intervenção, o presidente do MEA, Francisco Teixeira, disse que o movimento não aceita que as pessoas não estudem por falta de dinheiro, considerando que “é injusto” e “é isso que o Governo está a fazer”.
“A elite política angolana tem esse projecto, eles entendem que se o povo estudar vai afrontá-los, vai ter coragem de dizer algumas coisas na cara e eles não querem isso. O recado para o Presidente [da República] é que nós estamos aqui, não vamos aceitar injustiças, vamos lutar até às últimas consequências”, disse.
Para o MEA, esta decisão, “tomada num contexto de elevada pressão económica, desemprego juvenil e perda de poder de compra das famílias representa um verdadeiro golpe no acesso à educação em Angola”.
“Acreditamos que esta medida não apenas agrava as desigualdades sociais como também coloca em risco o futuro académico de milhares de jovens, principalmente aqueles oriundos de famílias de baixo rendimento. Uma educação que deveria ser um direito para todos passa a ser um privilégio inacessível”, sublinham.
No manifesto destaca-se ainda que “a educação não pode ser tratada como um negócio pura e simplesmente”, sublinhando que o ensino privado existe como um complemento para o ensino público, contudo, “deve respeitar princípios de inclusão, equidade e responsabilidade social”.
“A autorização de aumentos desproporcionais, sem garantia da qualidade de ensino, é uma afronta directa à educação consagrada na nossa Constituição”, referem.
O movimento critica ainda a tomada de decisão “sem diálogo real com os principais interessados”, os estudantes e as famílias.
O MEA exige também que a criação de um conselho de diálogo entre o Governo, instituições de ensino, estudantes e encarregados de educação, para discutir o modelo de financiamento mais justo, bem como a fiscalização rigorosa da qualidade do ensino nas instituições privadas, “garantindo que os estudantes tenham retorno do investimento que fazem”.
Segundo o movimento, muitos estudantes estão a abandonar os estudos por falta de condições e o novo aumento apenas agravará ainda mais essa realidade.
“Com os salários estagnados, inflação crescente, desemprego juvenil, como se espera que uma família consiga suportar mais um aumento de 20 por cento, essa medida não é apenas tecnicamente injustificável, é socialmente insustentável e eticamente inaceitável”, afirmam.
O Movimento dos Estudantes de Angola garante que não é contra o sector privado da educação, por ser um complemento importante ao ensino público, mas defende “um modelo equilibrado, justo e socialmente consciente, propondo a obrigatoriedade de prestação de contas das instituições privadas, o reforço do sistema de bolsas sociais, para garantir mais acesso aos estudantes.
“Estamos cientes que mudar esta realidade exige luta, diálogo e mobilização. O MEA está preparado para dialogar com as autoridades, mas também mobilizar os estudantes de forma organizada, pacífica, ordeira, caso as nossas reivindicações continuem a ser ignoradas”, vincou.
“Não aceitaremos que se transforme a educação num privilégio para poucos, lutaremos com todas as forças por uma Angola onde estudar não seja um luxo, mas sim um direito”, acrescentam, reafirmando que o MEA “não se calará diante da mercantilização da educação”.
C/VA
Notícias que você também pode gostar
O Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) confirmou a jubilação de duas das figuras mais influentes do sistema judicial angolano, numa decisão que promete agitar profundamente a arquitectura do poder judiciário. A Resolução n.º 4/25, publicada no Diário da República de 4 de Dezembro, formaliza a saída de Joel Leonardo e de Maria Aldina Mendes de Carvalho, abrindo espaço para uma reestruturação inevitável.
Há 22 horas
Burkina Faso deu um passo polémico ao aprovar um projecto de lei que restabelece a pena de morte para crimes de traição, terrorismo e espionagem, medida que especialistas classificam como um perigoso retrocesso jurídico com potencial para isolar ainda mais o país no plano internacional.
Há 22 horas
O Governo vai recuperar para o Estado todas as parcelas de terra que permanecem sem qualquer uso há mais de seis anos, uma medida que abrange quase um milhão de hectares identificados como totalmente ociosos em várias províncias do país. A decisão decorre da nova legislação de terras e promete abalar muitos titulares que nunca avançaram com qualquer projecto nos espaços que lhes foram atribuídos.
Há 22 horas
O campeonato nacional de futebol vai suspender-se temporariamente devido à participação de Angola na Taça das Nações Africanas (CAN), anunciou esta quinta-feira a Federação Angolana de Futebol (FAF). A pausa no Girabola ocorrerá após a 10.ª jornada, permitindo à selecção preparar-se integralmente para a competição.
Há 2 dias
O saldo da conta corrente de Angola saltou para 376,5 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2025, um crescimento quase explosivo de 50 por cento face ao período anterior, revelou o Banco Nacional de Angola (BNA), numa nota que surpreendeu analistas e reforçou sinais de recuperação externa.
Há 2 dias
Angola abre corrida internacional para assumir, durante três décadas, o estratégico Caminho de Ferro de Moçâmedes
Há 2 dias
Portugal exalta Angola nos 50 anos de independência e promete reforço histórico das relações bilaterais
Há 2 dias
O Estádio do Huambo, aguardado há anos e conhecido como Mambroa ou Cacilhas, tem finalmente data para abrir portas: Fevereiro de 2026, confirmou Rui Falcão, relançando a expectativa em torno das infra-estruturas desportivas nacionais.
Há 2 dias
O Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) confirmou a jubilação de duas das figuras mais influentes do sistema judicial angolano, numa decisão que promete agitar profundamente a arquitectura do poder judiciário. A Resolução n.º 4/25, publicada no Diário da República de 4 de Dezembro, formaliza a saída de Joel Leonardo e de Maria Aldina Mendes de Carvalho, abrindo espaço para uma reestruturação inevitável.
Há 22 horas
Burkina Faso deu um passo polémico ao aprovar um projecto de lei que restabelece a pena de morte para crimes de traição, terrorismo e espionagem, medida que especialistas classificam como um perigoso retrocesso jurídico com potencial para isolar ainda mais o país no plano internacional.
Há 22 horas
O Governo vai recuperar para o Estado todas as parcelas de terra que permanecem sem qualquer uso há mais de seis anos, uma medida que abrange quase um milhão de hectares identificados como totalmente ociosos em várias províncias do país. A decisão decorre da nova legislação de terras e promete abalar muitos titulares que nunca avançaram com qualquer projecto nos espaços que lhes foram atribuídos.
Há 22 horas
O campeonato nacional de futebol vai suspender-se temporariamente devido à participação de Angola na Taça das Nações Africanas (CAN), anunciou esta quinta-feira a Federação Angolana de Futebol (FAF). A pausa no Girabola ocorrerá após a 10.ª jornada, permitindo à selecção preparar-se integralmente para a competição.
Há 2 dias
O saldo da conta corrente de Angola saltou para 376,5 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2025, um crescimento quase explosivo de 50 por cento face ao período anterior, revelou o Banco Nacional de Angola (BNA), numa nota que surpreendeu analistas e reforçou sinais de recuperação externa.
Há 2 dias
Angola abre corrida internacional para assumir, durante três décadas, o estratégico Caminho de Ferro de Moçâmedes
Há 2 dias
Portugal exalta Angola nos 50 anos de independência e promete reforço histórico das relações bilaterais
Há 2 dias
O Estádio do Huambo, aguardado há anos e conhecido como Mambroa ou Cacilhas, tem finalmente data para abrir portas: Fevereiro de 2026, confirmou Rui Falcão, relançando a expectativa em torno das infra-estruturas desportivas nacionais.
Há 2 dias












