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UE financia com 4,8 milhões de euros projectos para jovens em situação de vulnerabilidade social

Quatro projectos direccionados à juventude, que contam com um financiamento de 4,8 milhões de euros da União Europeia (UE), vão capacitar jovens de dez províncias angolanas nas áreas da liderança e empreendedorismo juvenil.

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Há 1 semana
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Os projectos foram apresentados esta Quarta-feira, em Luanda, pelas quatro Organizações Não-Governamentais (ONG) que vão executar, nos próximos 36 meses, acções nas províncias de Luanda, Benguela, Malanje, Zaire, Cunene, Namibe, Huambo, Huíla, Icolo e Bengo e Cabinda.

Segundo a representante da UE em Angola, Rosário Bento Pais, em Fevereiro de 2024, a organização lançou o convite para a apresentação de propostas, num montante de 4,8 milhões de euros, especificamente para apoiar jovens, com atenção às questões do género, minorias e pessoas com deficiência, particularmente das zonas periurbanas (de transição entre os espaços rurais e urbanos) e rurais, apelando ao equilíbrio e à justiça social.

Rosário Bento Pais disse que este é o segundo apoio a projectos para a juventude, depois do primeiro lançado em 2019 com uma dotação orçamental de cerca de 2,9 milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas, a embaixadora da UE em Angola destacou os resultados muito positivos dos projectos em curso, com “impacto muito directo na população e sobretudo nas camadas mais vulneráveis – mulheres e crianças”.

A diplomata referiu que a juventude em Angola é um grande desafio, já que constitui 60 por cento da população total, com idades abaixo dos 24 anos: “isso já diz exactamente a necessidade de apostar em tudo que seja o apoio aos jovens tanto na educação, como no empreendedorismo, para que possam ter uma vida saudável, sustentável e possam encontrar o seu emprego”.

A representante da UE em Angola garantiu que cada vez mais a organização vai continuar a financiar este tipo de projectos, e deverá ser já preparado, a partir do meio do ano, novo apelo a propostas de projectos para a sociedade civil.

“Hoje em dia somos dos poucos ou os únicos que continuamos a financiar estes projectos e é muito importante, porque não há país nenhum que se possa desenvolver sem o apoio da sociedade civil e das autoridades locais, que são actores de desenvolvimento e de governança, porque o Estado não pode estar em todo lado”, disse.

“Jovens Hoje Líderes Agora” é o projecto a ser implementado pelo Mosaiko, Instituto para a Cidadania, em parceria com a Leigos para o Desenvolvimento, com a duração de quatro anos, nas províncias de Luanda, Benguela e Malanje, para um grupo-alvo de 620 pessoas, com idades entre 15 e 35 anos, com vista à sua capacitação nas áreas de liderança, empreendedorismo, desenvolvimento local e cidadania activa.

A ADRA – Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, em parceria com a NCA – Ajuda da Igreja Norueguesa, vão executar em três anos, nas províncias do Cunene, Namibe, Huambo, e Malanje, o “Pro-Juci”, um projecto virado para a promoção da participação cívica e a inserção socioeconómica de jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

O “RedEmpreende”, projecto da ONG espanhola Codespa, vai ser concretizado nas províncias de Luanda, Huíla e Cunene, devendo apoiar mil jovens, entre os quais minorias étnicas, nomeadamente a comunidade khoisan, com acções de empreendedorismo para um futuro sustentável, promovendo técnicas que desenvolvam na juventude ideias de negócios, além de apoio técnico e financeiro.

“Nossa Voz Nosso Futuro” – um projecto a ser desenvolvido, em três anos, pela ONG italiana VIS, em parceria com os salesianos de Dom Bosco, presente em Angola há 30 anos – vai ser desenvolvido nas províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Zaire e Moxico. O projecto deve beneficiar directamente cerca de 3000 pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre quais jovens com albinismo, adolescentes de rua e meninas em situação de exploração.

C/VA