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UNITA acusa forças do Estado de manchar a imagem de João Lourenço com intimidação política

A UNITA, maior partido da oposição em Angola, está a celebrar este sábado, em Benguela, o seu 59.º aniversário, marcado por fortes acusações do seu líder, Adalberto Costa Júnior, contra forças que considera serem “gorilas da segurança do Estado”. O líder do “Galo Negro” não poupou críticas e afirmou que estas forças estão a “manchar a imagem do Presidente da República” e a “substituir os tribunais”, criando um clima de repressão e intimidação.

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O aniversário do partido, fundado a 13 de Março de 1966, por Jonas Savimbi, está a ser assinalado com uma série de actividades, incluindo um acto político em Benguela e a realização da Conferência Internacional do IDC, que contou com a presença de individualidades estrangeiras.

Recentemente, Adalberto Costa Júnior percorreu as províncias da Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico para avaliar o funcionamento das estruturas do partido e conhecer de perto a situação socioeconómica da região. Contudo, a tensão aumentou quando o líder da UNITA denunciou publicamente o que considera ser um ataque concertado por parte de agentes da segurança do Estado.

Denúncias de perseguição política

Segundo Adalberto Costa Júnior, a sua comunicação sobre a chegada de figuras internacionais ao país foi previamente partilhada com o Ministro da Presidência da República, o Ministro do Interior e o Ministro das Relações Exteriores. No entanto, a recepção que estas personalidades tiveram em Angola revelou, segundo o líder da oposição, “um Estado policiado e dominado por forças paralelas que agem fora da lei”.

“O que ocorreu é uma vergonha nacional. Angola está a ser enxovalhada por grupos que, sob ordens obscuras, actuam como se fossem donos do país, colocando-se acima das instituições e minando a democracia”, disparou Adalberto Costa Júnior.

O presidente da UNITA sustenta que estas acções não só comprometem a imagem de Angola no cenário internacional, como também enfraquecem o próprio governo de João Lourenço, que, segundo ele, “ou está refém desses grupos, ou é conivente com eles”.

Clima de tensão cresce

A tensão política no país tem vindo a aumentar, com sucessivas denúncias de intimidação contra figuras da oposição. A UNITA acusa o regime de usar os serviços de segurança para perseguir adversários políticos e manipular o sistema judicial para sufocar qualquer contestação ao poder estabelecido.

Com 90 deputados no Parlamento, a UNITA reafirma que continuará a luta por reformas e pela “verdadeira democratização de Angola”, garantindo que não se deixará silenciar por estratégias que classifica como “manobras de um sistema retrógrado e autoritário”.

A celebração do 59.º aniversário do partido ocorre num momento delicado da política nacional, onde as disputas de poder e as denúncias de perseguição política estão a marcar o discurso da oposição. A forma como o governo responderá a estas acusações poderá definir os próximos capítulos da cena política angolana.

PONTUAL, fonte credível de informação.