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UNITA chama “teatro político” a julgamento de acusados de tentativa de actos terroristas

A UNITA considerou esta Quarta-feira um “teatro político” o julgamento de sete cidadãos na província do Huambo acusados de planear actos terroristas aquando da visita do ex-Presidente norte-americano Joe Biden a Angola.

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O secretário-geral da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Álvaro Daniel, foi esta Quarta-feira instado a comentar o facto de terem sido citados na audiência de julgamento, que arrancou Segunda-feira no Huambo, os nomes do líder do partido, Adalberto Costa Júnior, e do presidente do grupo parlamentar, Liberty Chiaka.

“Consideramos ser isso uma devassa pública do bom nome do presidente Adalberto, enquanto cidadão, e do cidadão Liberty Chiaka”, disse o secretário-geral da UNITA.

Segundo Álvaro Daniel, quer Adalberto Costa Júnior quer Liberty Chiaka “são cidadãos que andam pelo país e têm trabalhado arduamente” para o bem-estar de Angola.

“Merecem alguma dignidade quando se referem ao nome desses nossos companheiros”, vincou o político, considerando que “o que se está a passar no Huambo não passa de um teatro político”.

“Daqui a pouco vão ver que não tem nada, que são estórias, depois não tem nada, é apenas o nome de cidadãos que são manchados”, expressou.

Álvaro Daniel acrescentou que “não há prova nenhuma”, desafiando a que sejam apresentadas provas.

“Nós somos um partido político clássico, que desarmou em 2002, temos prova de envolvimento, engajamento, na consolidação da paz, e o nosso compromisso é continuar a consolidar a paz, continuar a consolidar o estado democrático de direito, de modo que as alternâncias de poder se façam através das urnas, pela vontade expressa pelo povo nas urnas e nós mantemos isto”, assegurou.

O político exortou os órgãos de justiça a que “não sejam instrumentalizados para cumprirem fins políticos”.

“As pessoas que estão envolvidas nisso são conhecidas, também já estavam nos processos contra o partido em 2021, quando o partido foi a tribunal, este é o país que temos”, observou.

O Tribunal da Comarca do Huambo está a julgar sete cidadãos angolanos, dos quais seis acusados dos crimes de organização terrorista, aquisição ou posse de substâncias explosivas e associação criminosa, e um de falsificação de documentos.

O julgamento arrancou na Segunda-feira com a audição de João Gabriel Deussino, o suposto líder do grupo, o qual integra também Domingos Muecália, Crescenciano Kapamba, Arão Rufino, Eduardo Kalala, Adelino Bacia, Francisco Nguli e Pedro João da Cunha.

Depois de João Deussino, seguiram-se os interrogatórios a Domingos Muecália e a Crescenciano Kapamba, tendo os co-arguidos, que se encontram em prisão preventiva, citado várias vezes, sobretudo o suposto líder do grupo, o presidente da UNITA e o líder do grupo parlamentar como sendo os promotores do projecto, segundo a Angop.

As acções do grupo tinham como objectivo, de acordo com a acusação, atacar alvos estratégicos, como a Presidência da República, a refinaria de Luanda e a embaixada norte-americana durante a visita de Joe Biden, prevista inicialmente para Outubro de 2024 e efectivada dois meses depois, tendo sido apreendidos dez explosivos.

Em Janeiro deste ano, as autoridades anunciaram o desmantelamento e detenção do grupo liderado por João Gabriel Deussinho, de 34 anos, auto-intitulado presidente do movimento revolucionário Frente Unida de Reedificação da Ordem Africana (FUROA), que supostamente pretendia derrubar o Governo e instaurar um novo regime.

Na altura, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) avançou que a organização com ligações internacionais, surgida em 2017, na província do Huambo, começou a ser monitorizada em Outubro e pretendia realizar acções terroristas para desestabilizar a ordem política e social do país, criando pânico durante a visita oficial do ex-Presidente norte-americano Joe Biden a Angola, em Dezembro de 2024.

C/VA

PONTUAL, fonte credível de informação.