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Angola oferece mais de 20 hotéis a Moçambique: negócio milionário pode reforçar laços e turismo entre os dois países

Angola acaba de lançar um convite a Moçambique: mais de 20 unidades hoteleiras estão disponíveis para venda ou concessão de gestão privada. A proposta foi apresentada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo, durante um encontro com empresários dos dois países.

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A iniciativa insere-se no ambicioso Programa de Privatizações e tem como principal objectivo dinamizar o turismo angolano, ao mesmo tempo que promove a internacionalização das empresas nacionais e atrai investimentos estrangeiros. Entre os activos apresentados, destacou-se o emblemático caso dos Hotéis IKA.

“Queremos que os sectores privados de Angola e Moçambique se conheçam melhor, explorem sinergias e estabeleçam parcerias sólidas em áreas de interesse mútuo”, declarou Lima Massano, num comunicado citado pela imprensa.

Mas as oportunidades não se esgotam no turismo. O ministro anunciou que Angola reserva cerca de dois milhões de hectares para grandes projectos agrícolas, enquanto decorrem investimentos robustos em infra-estruturas para apoiar o desenvolvimento económico e social. O sector agropecuário, por exemplo, já representa 22% do PIB, um salto significativo face aos 13,7% registados em 2015.

Segundo Massano, Angola vive um momento de viragem, marcado por reformas estruturais profundas que visam aumentar a resiliência da economia, diversificar fontes de rendimento e atrair investidores estrangeiros. O país registou em 2024 um crescimento económico de 4,3%, o mais elevado dos últimos dez anos. O sector não petrolífero cresceu 5%, com destaque para a agropecuária e a indústria alimentar e de bebidas, esta última a representar 45% da indústria transformadora.

Apesar da forte dependência do petróleo, responsável por 95% das receitas de exportação, o Executivo reafirma o seu compromisso com a diversificação da economia. “Valorizamos o petróleo e o gás, mas estamos a construir uma base produtiva mais ampla e sustentável”, sublinhou o ministro.

Lima Massano defendeu ainda que a cooperação entre Angola e Moçambique deve assentar numa agenda pragmática, com foco em resultados tangíveis, estímulo ao comércio e promoção de cadeias de valor regionais. A presença de Daniel Chapo no encontro com empresários angolanos foi apontada como um sinal claro da irmandade estratégica entre os dois países.

“Angola e Moçambique têm a responsabilidade de transformar as suas economias e garantir melhores condições de vida aos seus povos. A união histórica que nos liga deve agora traduzir-se em acções concretas”, concluiu o governante.