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Empresário Mawete Júnior acusado de subornar sites para apagar denúncias de tortura a jornalista

Júnior Mawete, filho do magnata congolês Mawete Lanvu Norman, está a ser acusado de tentar encobrir um caso de sequestro e tortura envolvendo o jornalista angolano Isidro Kangandjo, director do portal Factos Diários. O empresário teria recorrido ao suborno para eliminar conteúdos comprometedores da internet.

Registro autoral da fotografia

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De acordo com fontes e provas obtidas por jornalistas independentes, Mawete Júnior mobilizou dois jornalistas e um blogueiro, todos identificados, para intercederem junto a responsáveis de vários sites de notícia, com o objectivo de remover ligações e artigos que o ligam à alegada ordem de agressão contra o jornalista.

O episódio remonta a 23 de Maio de 2023, quando, segundo a denúncia, elementos da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) raptaram e agrediram fisicamente Isidro Kangandjo por motivos que permanecem “obscuros”.

Mensagens e áudios em posse dos denunciantes revelam que os intermediários ofereceram entre 100 mil e 200 mil kwanzas aos responsáveis de vários portais para apagarem os conteúdos. Pelo menos seis meios de comunicação digitais terão aceite o acordo. No entanto, quatro portais Hora-H, O Ladrão, Lil Pasta News e Jornal Fax recusaram-se veementemente a participar na operação, considerando “nojenta” a tentativa de silenciamento de um colega de profissão.

UM IMPÉRIO SOB SUSPEITA

Apesar das acusações, Mawete Júnior continua a apresentar-se como um jovem empresário de sucesso. Com um mestrado em Administração de Empresas, iniciou a carreira como consultor comercial de grupos internacionais. Aos 25 anos, já actuava nos sectores de investimentos, finanças e aviação.

Actualmente, lidera o Grupo Walniss, com actuação em Angola e na RDC, com interesses em aviação (Walniss Luxe Aviation), banca (Walniss Merchant Bank), petróleo (Walniss Trading Oil) e consultoria. Em 2020, assumiu a presidência do Conselho de Administração do Walniss Merchant Bank, ligado à gigante de investimentos Gemcorp.

C/Factos Diários