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Crise: UNTA-CS substitui liderança da USL em meio as contestações

A União dos Trabalhadores Angolanos – Confederação Sindical (UNTA-CS) procedeu esta quarta-feira à eleição de uma nova direcção para a União dos Sindicatos de Luanda (USL), numa decisão marcada por fortes contestações internas e denúncias de violação estatutária.

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Há 3 dias
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Alberto Sebastião foi escolhido como novo secretário-geral da USL, em substituição de Filomena Soares, exonerada do cargo em Maio último por deliberação do conselho federal da UNTA. A eleição teve lugar durante a 1.ª Conferência Extraordinária da USL, organizada pelo secretariado da comissão executiva nacional da UNTA-CS e presidida pelo secretário para a Administração e Finanças da Confederação.

Além do novo secretário-geral, foram ainda eleitos os membros do secretariado executivo e do conselho fiscal, controlo e disciplina da USL. No entanto, o processo está a ser alvo de contestação por parte da anterior direcção da USL, que acusa a liderança da Confederação de ingerência, abuso de poder e gestão danosa.

Em conferência de imprensa realizada na véspera da eleição, membros da anterior direcção da USL agora afastada anunciaram a entrega de uma queixa-crime contra o secretário-geral da UNTA-CS, José Joaquim Laurindo, por alegadas violações dos estatutos e tentativa de imposição de uma nova direcção à margem dos órgãos próprios da USL.

José Laurindo rejeitou as acusações, argumentando que os promotores da conferência não têm legitimidade para se pronunciarem em nome da USL. “Se foi a senhora Filomena Soares, ela está expulsa por má conduta social e não pode falar em nome da UNTA nem da USL”, declarou.

Sobre os alegados crimes de gestão danosa, Laurindo disse que, tratando-se de matéria eventualmente sob investigação judicial, não se deve pronunciar. “Se há processo em tribunal, deve estar em segredo de justiça. Têm de provar o que dizem”, afirmou.

A tensão interna acentuou-se com a posição do conselho provincial da USL, que ameaça suspender o vínculo com a Confederação, acusando Laurindo de se apropriar das competências da estrutura provincial e de tentar consumar um “golpe estatutário”. Moreira Julante, um dos porta-vozes da anterior direcção, classificou o secretário-geral da UNTA-CS como “pouco transparente e democrático”.