0º C

04 : 38

“Venda” de lugares de estacionamento revolta automobilistas na Ingombota

Os automobilistas que circulam pela baixa de Luanda, particularmente no município da Ingombota, denunciam um fenómeno cada vez mais preocupante: a venda ilegal de lugares de estacionamento em vias públicas, supostamente sob a indiferença da administração e da polícia local. Quem se recusa a pagar arrisca-se a ver o carro vandalizado.

Registro autoral da fotografia

Há 3 dias
2 minutos de leitura

A denúncia foi feita esta quinta-feira, 9, por Maston Gonçalves, durante uma emissão especial do programa Capital Central, da Rádio Correio da Kianda (103.7 FM).

“É quase impossível estacionar aqui. As ruas estão tomadas por pessoas que cobram entre mil e mil e quinhentos kwanzas por viatura. Se recusarmos, arriscamos danos nos nossos carros”, lamentou o automobilista.

Segundo os moradores, crianças e adultos tomaram conta dos estacionamentos públicos e transformaram-nos num negócio informal, sem qualquer controlo das autoridades.

“O mais revoltante é que todos sabem o que acontece, mas ninguém faz nada. A polícia e a administração parecem fechar os olhos”, acrescentou Maston Gonçalves, visivelmente agastado.

Durante a mesma emissão, realizada no Largo 17 de Setembro, junto ao Porto de Luanda, o ancião João Cambinda, residente há mais de duas décadas na Ingombota, traçou um retrato nostálgico do passado.

“A Ingombota de ontem era muito mais organizada. Tínhamos segurança, limpeza e respeito pelos espaços públicos. Hoje reina o caos”, desabafou.

Apesar de ser uma das zonas mais urbanizadas e estratégicas de Luanda, onde se localizam o Palácio Presidencial, a Assembleia Nacional e o Palácio da Justiça, os moradores queixam-se de problemas básicos, como a ausência de balneários públicos, o que consideram uma ameaça à saúde e à imagem da capital.