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Apenas um em cinco veículos em Angola tem seguro obrigatório – associação

A taxa de penetração do seguro automóvel obrigatório em Angola é de 18%, num mercado com uma estimativa de 2 milhões de veículos em que apenas 365.944 estão seguros, anunciou hoje uma associação do setor, considerando o “cenário dramático”.

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Há 10 meses
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A informação foi transmitida hoje por membros de direção da Associação de Seguradoras de Angola (ASAN) admitindo que o número estimado de veículos que circulam no país esteja abaixo do quadro real, face à falta de dados oficiais sobre o parque automóvel do país.

“Há um dado que é fidedigno e que é certo, que é o número de viaturas seguradas, porque este faz parte da base de dados da ASAN”, disse hoje João Sena, membro da associação e diretor de uma seguradora que opera em Angola.

João Sena salientou que a estimativa do número de veículos que estarão a circular no país foi fruto de uma consulta aos principais vendedores de automóveis, admitindo, no entanto, que o valor “é por baixo”.

“Existirão mais, mas como não há dados oficiais, nem da Direção de Viação e Trânsito e nem de outras entidades é difícil fazer a estimativa, por isso entendemos ser prudentes”, justificou.

O responsável falava no âmbito de uma ação alargada de sensibilização dos automobilistas e da sociedade em geral para a importância do seguro automóvel e a utilização da declaração amigável de acidente automóvel (DAAA).

Alertou, na ocasião, para o “cenário dramático” em consequência da fraca adesão ao seguro automóvel, observando que a esmagadora maioria dos automobilistas em Angola circula sem seguro de responsabilidade civil.

José Araújo, diretor executivo da ASAN, apontou a necessidade de maior sensibilização dos cidadãos e maior fiscalização da polícia como fatores para o aumento da taxa de penetração do seguro automóvel, recordando que este protege as pessoas e o património.

O preço médio anual do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel está no valor de 30.000 kwanzas (33 euros), como disseram hoje os membros da ASAN, manifestando-se preocupados pela “sensação de impunidade” associada ao incumprimento da lei.

“Esta dura realidade afeta a segurança dos automobilistas e de quem está na estrada”, lamentou João Sena, com 25 anos na atividade seguradora, sobretudo ligada à sinistralidade e seguro automóvel.

O responsável assegurou igualmente que a utilização da DAAA é um “mecanismo fácil” e pode ajudar os automobilistas segurados, em caso de acidente na via pública, a ultrapassar dificuldades, sobretudo em relação à identificação das partes, descrição, encaminhamento e aceitação do sinistro por parte das seguradoras.

O mercado de seguros em Angola, regulado pela Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), conta com 21 operadoras e apenas 15 são membros da ASAN, compondo uma quota de mercado de 97%.