Aproximação de rebeldes do movimento M23 espalha pânico no leste da RDCongo
O pânico espalhou-se em Goma, com os rebeldes do M23 a aproximarem-se da principal cidade do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), após tomarem o controlo de uma cidade vizinha.

Registro autoral da fotografia
As explosões de artilharia pesada foram ouvidas na quinta-feira nos arredores distantes de Goma, capital da província de Kivu do Norte, e centenas de civis feridos foram trazidos para o hospital principal na área dos combates.
O grupo rebelde avançou significativamente nas últimas semanas, aproximando-se de Goma, que tem cerca de dois milhões de habitantes e é um centro regional de segurança e prestação de cuidados humanitários.
Os rebeldes tomaram Saque na Quinta-feira, uma cidade a apenas 27 quilómetros de Goma e uma das últimas na rota principal para a capital de Kivu do Norte, ainda sob controlo das forças do Governo congolês.
O M23 é um dos mais de 100 grupos armados activos no leste da RDCongo, muito rica em ouro, metais raros fundamentais às maiores tecnológicas mundiais e vários outros recursos minerais.
O M23 – constituído a 4 de Abril de 2012, quando 300 soldados das Forças Armadas da RDCongo se sublevaram por alegado incumprimento do acordo de paz de 23 de Março de 2009, que dá nome ao movimento, e pela perda de poder do então líder, Bosco Ntaganda – voltou a pegar em armas no final de 2021, depois de uma década adormecido.
Mais de sete milhões de pessoas foram deslocadas pelos combates. No início de Janeiro, o M23 tomou as cidades de Minova, Katale e Masisi, a oeste de Goma.
“O povo de Goma tem sofrido muito, tal como os outros congoleses”, disse o porta-voz do M23, Lawrence Kanyuka, na rede social X. ”O M23 está a caminho da sua libertação e eles têm de se preparar para receber essa libertação”, acrescentou.
O M23 apoderou-se de Goma em 2012 e controlou a cidade durante mais de uma semana.
À medida que as notícias dos combates se iam espalhando na Quinta-feira de manhã, as escolas de Goma mandaram os alunos para casa.
A RDCongo, os Estados Unidos e os peritos da ONU acusam o Ruanda de apoiar o M23, composto maioritariamente por elementos de etnia tutsi que se separaram do exército congolês há mais de uma década.
O Governo do Ruanda nega a alegação, mas em 2023 admitiu que tem tropas e sistemas de mísseis no leste do Congo para salvaguardar a segurança ruandesa, em face à acumulação de forças congolesas perto da fronteira.
Os peritos da ONU estimam que existam cerca de quatro mil efectivos das forças armadas do Ruanda na RDCongo, que faz também fronteira com Angola.
Na Quarta-feira, o ministro da Comunicação do Congo, Patrick Muyaya, disse à emissora francesa France 24 que a guerra com o Ruanda é uma “opção a considerar”.
Na Quinta-feira, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, condenou “nos termos mais fortes, a nova ofensiva lançada pelo Movimento 23 de Março (M23)”, incluindo a “tomada de Sake”.
“Esta ofensiva tem um impacto devastador na população civil e aumenta o risco de uma guerra regional mais alargada”, lê-se na declaração de Guterres, que instou “todas as partes a respeitarem os direitos humanos e o direito internacional humanitário”.
A Embaixada dos Estados Unidos na capital do Congo, Kinshasa, alertou para “um aumento da gravidade do conflito armado perto de Sake” e aconselhou os cidadãos norte-americanos em Goma a estarem atentos no caso de terem de fugir a qualquer momento.
O Reino Unido também emitiu um aviso de viagem, afirmando que o M23 controla actualmente Saque, e instando os cidadãos britânicos a deixarem Goma enquanto as estradas estiverem abertas.
Muitos residentes de Sake juntaram-se às mais de 178 mil pessoas que fugiram ao avanço do M23 nas últimas duas semanas.
O Hospital CBCA Ndosho, em Goma, está a funcionar no limite das suas capacidades, com centenas de feridos entrados na Quinta-feira.
C/VA
PONTUAL, fonte credível de informação.
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