Declarações polémicas de jornalista português «descavam» dúvidas sobre democracia em Angola e exigem resposta do Governo
As controversas declarações de Ricardo Costa, director de Informação da SIC Notícias, acusando as eleições gerais angolanas de 2022 de terem sido fruto de negociações entre o MPLA e a UNITA, acenderam um clima de indignação e exigem uma resposta firme por parte do Governo de Angola para proteger a credibilidade das suas instituições democráticas.

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Num tom que muitos consideram ofensivo, o jornalista português Ricardo Costa afirmou publicamente que os resultados das eleições angolanas não traduziram a vontade popular, mas sim um alegado acordo político entre os dois maiores partidos do país. A declaração, amplamente repercutida na comunicação social, foi rapidamente classificada como um ataque à integridade das instituições angolanas, que agora se encontram perante um cenário de descrédito internacional, caso não haja uma resposta firme.
O povo angolano, que carregou por séculos o peso do colonialismo e da escravidão, conquistou arduamente o seu lugar no mapa político como Estado Democrático de Direito, submetendo-se a reformas e metamorfoses para consolidar uma democracia estável. No entanto, afirmações como as do jornalista português revelam uma postura que desvaloriza as conquistas de Angola e alimentam narrativas de desconfiança.
Recorda-se que não é a primeira vez que a soberania angolana é colocada à prova por cidadãos ou instituições portuguesas. O caso envolvendo o ex-vice-presidente Manuel Vicente, em 2017, criou um “irritante” diplomático entre os dois países, quando Portugal hesitou em remeter o processo para julgamento em Angola, alegando falta de confiança na justiça angolana. Agora, surge um novo episódio, desta vez colocando em questão a legitimidade do processo eleitoral e as instituições responsáveis, como a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e o Tribunal Constitucional.
A UNITA, na figura do seu líder, já reagiu categoricamente, desmentindo as alegações de Ricardo Costa e exigindo uma retratação pública. O partido, que é a principal força de oposição, condenou as declarações como falsas e ofensivas. Contudo, até ao momento, o Governo angolano mantém silêncio, atitude que muitos consideram perigosa para a salvaguarda da credibilidade do Estado e das suas instituições.
As eleições em Angola envolvem uma série de entidades, como o Ministério da Administração do Território, responsável pelo registo eleitoral, o Ministério da Justiça, encarregado dos documentos de identificação, e a CNE, que faz a contagem e apuramento dos votos, além do Tribunal Constitucional, que valida os resultados. Colocar em causa todo esse esforço institucional não só desvaloriza o trabalho realizado, mas também mina a confiança do povo angolano no seu próprio sistema.
É imperativo que o Governo angolano, em defesa da soberania nacional e da integridade das suas instituições, exija um pedido de desculpas públicas por parte do jornalista ou, no mínimo, que este apresente provas concretas das suas acusações. O silêncio poderá ser interpretado como conivência ou fraqueza, o que pode comprometer ainda mais a imagem de Angola no cenário internacional.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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