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Doença misteriosa na RDCongo pode ser uma combinação letal de malária, desnutrição e infecção viral

Uma doença misteriosa está a alarmar a República Democrática do Congo (RDCongo), com 592 casos notificados e pelo menos 37 mortes desde o final de outubro, segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde. A investigação aponta para uma possível ligação entre malária, desnutrição e uma infecção viral como a causa principal do surto, que afeta maioritariamente crianças.

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Há 3 dias
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Testes realizados em pacientes revelaram uma elevada incidência de malária. Segundo Ngashi Ngongo, chefe do gabinete executivo dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), mais de dois terços dos casos testaram positivo para a doença. A agência de saúde pública da União Africana considera duas hipóteses principais:

  1. Malária grave agravada por desnutrição e infecção viral.
  2. Infecção viral, associada a desnutrição e malária como fatores secundários.

O epicentro do surto localiza-se em Panzi, na província do Kwango, uma zona de difícil acesso e marcada por condições precárias, o que agrava o cenário de saúde pública.

Sintomas e preocupações com doenças hemorrágicas

Os sintomas incluem febre, dores de cabeça, corrimento nasal, tosse, anemia e dificuldades respiratórias. Recentemente, a morte de um homem adulto, com sinais de doença hemorrágica semelhante ao Ébola ou marburgo, levantou preocupações adicionais. Amostras foram enviadas para análise em Kinshasa, e os primeiros resultados são esperados na próxima semana.

Esforços de contenção e vacinação contra a malária

Desde 29 de outubro, a RDCongo lançou a sua primeira campanha de vacinação contra a malária, com o apoio da OMS. O país recebeu cerca de 693.500 doses da vacina R21/Matrix-M, destinada a imunizar crianças com idades entre seis e 23 meses. Apesar disso, os desafios logísticos e a subnotificação de casos atrasaram as respostas iniciais ao surto.

A vigilância clínica foi reforçada, com uma taxa de testes de 78,4% entre os afetados. Contudo, a mortalidade, que já atinge 6,2%, ainda preocupa as autoridades.

Impacto regional e contexto da malária em África

A malária continua a ser uma das maiores causas de mortalidade em África, matando mais de 600.000 pessoas por ano, 95% das quais no continente. Cabo Verde foi destacado como um exemplo de sucesso ao ser certificado pela OMS como livre de malária. Por outro lado, Angola e Moçambique estão entre os países mais afetados.

A RDCongo, país vizinho de Angola, enfrenta agora um duplo desafio: controlar a disseminação da doença misteriosa e avançar no combate à malária, que continua a ser endémica na região. Enquanto isso, especialistas pedem atenção global e apoio internacional para prevenir uma crise de saúde de maiores proporções.

PONTUAL, fonte credível de informação.