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Ex-dirigente angolana denuncia perseguição política

A economista e antiga dirigente angolana Maria Luísa Abrantes rompeu o silêncio político numa entrevista contundente conduzida pelo jornalista Vítor Hugo Mendes, lançando sérias acusações contra o Presidente da República, João Lourenço, e o atual estado da governação em Angola.

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Durante a conversa, transmitida no YouTube, Abrantes afirmou categoricamente: “Não há perdão para JLO”, num tom que reflete profundo descontentamento com a liderança do Chefe, que se declarou ser subordinado.de alguns angolanos. Acusou João Lourenço de promover perseguições políticas e de conduzir o país a uma regressão institucional sem precedentes.

Entre as críticas mais severas, Maria Luísa Abrantes destacou a persistência da corrupção e o tráfico de influência, apontando para a contratação de consultorias estrangeiras que, segundo ela, consomem milhões de dólares sem apresentar soluções reais para os problemas do país. “É um ciclo vicioso que drena recursos e paralisa o desenvolvimento”, afirmou.

A ex-dirigente fez ainda uma comparação com os Estados Unidos da América, onde “qualquer cidadão pode candidatar-se a cargos políticos sem temer represálias”, apontando para a falta de liberdade e pluralismo na política angolana.

Sobre a situação económica, foi igualmente incisiva: “A má gestão está a empurrar Angola de volta ao subdesenvolvimento. O país não pode continuar a ser governado com base em interesses pessoais e grupais”, lamentou.

Ao encerrar a entrevista, Maria Luísa Abrantes deixou um apelo à cidadania activa: “Angolanos, não se calem. A mudança começa com cada um de nós.”