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Na voz de Adão de Almeida: Angola promete aliança inabalável com Moçambique

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, assegurou em Maputo a total prontidão de Angola para apoiar Moçambique em todas as circunstâncias.

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Há 4 dias
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Num encontro com o Presidente cessante, Filipe Nyusi, o governante angolano destacou a “inequívoca solidariedade” de Angola para com os moçambicanos, reafirmando os laços históricos e estratégicos que unem os dois países.

Adão de Almeida lidera a delegação angolana que representará o Presidente João Lourenço na cerimónia de investidura de Daniel Chapo, que tomará posse esta Quarta-feira como o quinto Presidente da República de Moçambique. Lourenço, ausente devido a “imperativos de agenda”, enviou uma mensagem de apoio, reforçando a posição de Angola como um aliado indispensável do povo moçambicano.

“Viemos trazer a mensagem do Presidente João Lourenço ao Presidente Filipe Nyusi, garantindo que Angola estará sempre ao lado de Moçambique, independentemente dos desafios que se apresentem”, sublinhou Adão de Almeida.

Com um discurso carregado de simbolismo, o ministro foi mais longe ao afirmar que “Angola não poderia, em momento algum, ausentar-se de um evento de tamanha relevância histórica”, apontando a presença angolana como uma prova concreta da aliança inabalável entre os dois países.

Cerimónia com poucos chefes de Estado aumenta pressão internacional

A cerimónia de investidura de Daniel Chapo, que terá lugar na emblemática Praça da Independência, em Maputo, contará com cerca de 2500 convidados. Contudo, apenas dois chefes de Estado confirmaram a sua presença: Cyril Ramaphosa, da África do Sul, e Umaro Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau.

O reduzido número de líderes presentes levantou questões sobre o impacto diplomático do evento. “Moçambique merece mais atenção por parte da comunidade internacional, especialmente num momento tão crítico como este, em que se inicia um novo capítulo político”, apontam analistas.

Além dos dois presidentes, estão confirmados três vice-presidentes – da Tanzânia, Maláui e Quénia – e primeiros-ministros de Essuatíni e Ruanda, assim como ministros de outros países. A presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, marca também uma posição relevante no contexto das relações entre Europa e África.

Daniel Chapo: o primeiro Presidente da geração pós-independência

Daniel Chapo assume a liderança de Moçambique como o primeiro Presidente nascido após a independência do país, simbolizando uma mudança geracional no poder. Apesar do entusiasmo doméstico, a cerimónia acontece sob o escrutínio de observadores internacionais, que apontam para desafios profundos no país, incluindo instabilidade política e problemas económicos.

Angola, com a sua presença de alto nível, procura posicionar-se como um parceiro prioritário de Moçambique, mas o gesto levanta dúvidas: será esta solidariedade acompanhada de acções concretas ou limitar-se-á ao discurso político? O tempo dirá se a “relação excelente” mencionada por Adão de Almeida se traduzirá em medidas tangíveis para fortalecer a cooperação bilateral.

A investidura de Chapo promete ser um marco, mas a ausência de outros líderes africanos e globais poderá lançar sombras sobre o início do seu mandato, colocando a fasquia alta para as expectativas de um país que enfrenta desafios monumentais.

PONTUAL, fonte credível de informação.