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SUPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE: Fórum dos Salesianos Dom Bosco aborda desafios das crianças de rua

Luanda testemunhou, na manhã de hoje, o 7º Fórum de Auscultação e Participação de Criança em Situação de Rua, uma iniciativa promovida pelos Salesianos Dom Bosco, que administram diversos centros de acolhimento na região. O evento destacou histórias de superação e os desafios contínuos na luta contra a marginalização infantil.

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Há 12 meses
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A presença da provedora de justiça de Angola, Antónia Florbela de Jesus, foi um destaque significativo. Em sua fala à imprensa, ela ressaltou a importância de eventos como este para a moralização da sociedade e expressou preocupação com o crescente número de crianças marginalizadas no país. Florbela sublinhou o papel crucial das organizações como os Salesianos Dom Bosco no resgate dos valores e na proteção das crianças.

O Padre Augusto Samuel Francisco, Diretor-Geral dos centros de acolhimento, compartilhou insights valiosos durante o evento. Ele enfatizou que, embora os esforços estejam melhorando, o número de crianças nas ruas continua a aumentar, exigindo novas estratégias para abordar as causas subjacentes dessa problemática, como a pobreza extrema e a desestruturação familiar.

“Estamos trabalhando atualmente para constituir uma base de dados para monitorar as crianças que estão na rua. Cada dia o número aumenta, e isso exige o repensamento de novas estratégias para estancar a verdadeira fonte da presença dos meninos na rua,” afirmou o Padre Augusto.

O Lar acolhe atualmente 127 crianças distribuídas em quatro centros diferentes, além de acompanhar cerca de 156 famílias com crianças em processo de reintegração. No entanto, a gestão desses centros enfrenta desafios significativos, principalmente financeiros.

“A primeira dificuldade é financeira. Prevemos que, até 2026, do modo como estamos andando, não aguentaremos,” revelou o Padre Augusto. Ele mencionou que a busca por financiamento, tanto nacional quanto internacional, tornou-se mais difícil, especialmente após a pandemia de Covid-19. “A imagem que se tem do país é de que pode dar uma resposta eficiente aos problemas, mas na prática, os financiadores estrangeiros não consideram Angola uma prioridade,” explicou.

Além das dificuldades financeiras, os centros enfrentam desafios na alimentação das crianças, na formação contínua e na remuneração digna dos educadores. Com 67 funcionários em toda a rede, manter a sustentabilidade mensal é uma tarefa delicada.

O 7º Fórum dos Salesianos Dom Bosco não apenas destacou os desafios enfrentados pelos centros de acolhimento, mas também serviu como um lembrete da importância de ações coordenadas e do apoio contínuo da comunidade e de financiadores para garantir que mais crianças possam encontrar um caminho de esperança e recuperação.