Angola (re)escreveu história da medicina africana com primeira cirurgia remota de África a mais 17.000 quilómetros
Angola realizou no passado Sábado a primeira telecirurgia robótica em África. Executada a mais de 17.000 quilómetros de distância, dado que foi conduzida de forma remota a partir de Orlando (Estados Unidos da América), a operação durou perto de uma hora e meia e contou com o comando do cirurgião Vipul Patel.

Registro autoral da fotografia
Este procedimento inédito foi realizado no Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento e fez com que esta unidade hospitalar e o país entrem para a “história da medicina africana”.
“O Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento (CHDCP) e Angola entraram para a história da medicina africana com a realização inédita de uma telecirurgia robótica transcontinental. Pela primeira vez no continente, uma cirurgia foi conduzida remotamente, a mais de 17.000 quilómetros de distância, a partir de Orlando, Estados Unidos da América”, informa o CHDCP, em comunicado.
A operação, realizada num paciente com mais de 60 anos, foi comandada pelo médico Vipul Patel e durou aproximadamente uma hora e meia.
“O procedimento realizado foi uma prostatectomia radical num paciente de 67 anos diagnosticado com cancro da próstata”, lê-se na nota.
Além do comando de Patel, “do lado angolano, no bloco operatório central do CHDCP, esteve presente uma equipa multidisciplinar composta por cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, engenheiros e o Dr. Marcos Moschovas, membro da equipa do Dr. Patel”.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que acompanhou a operação em tempo real, realçou a importância histórica deste feito.
“Os nossos profissionais estão de parabéns. Nunca antes se realizou uma cirurgia com esta distância. Isso demonstra o compromisso do Executivo (…) com o sector social, particularmente com a saúde. Este é o resultado do investimento na conectividade e na evolução tecnológica que Angola tem registado nos últimos anos”, disse, citada no comunicado.
“Hoje tivemos o comando do robot a partir de Orlando, com o cirurgião Dr. Patel, enquanto a equipa local no CHDCP executava os procedimentos de apoio. É um avanço notável. A curva de aprendizagem dos nossos profissionais está a ser muito rápida, e isso enche-nos de orgulho”, acrescentou.
“Hoje é um dia marcante para a história da medicina em Angola. A tecnologia superou distâncias, dificuldades e diferenças para salvar vidas. Sem dúvida, Angola escreveu hoje um capítulo que será lembrado por esta e pelas próximas gerações”, considerou Marcos Moschovas, médico que esteve presencialmente no bloco operatório.
Já Carlos Alberto Masseca, director-geral do CHDCP disse tratar-se de um “dia histórico”.
“O dia é histórico. Agradecemos ao Presidente da República, à ministra da Saúde e à equipa do Dr. Patel pela confiança. Este feito reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento da medicina no país. Este hospital é o reflexo do sonho dos angolanos de terem uma saúde de qualidade e de excelência”, apontou.
De acordo com a equipa médica, o “paciente encontra-se estável e em recuperação pós-operatória, sob acompanhamento especializado na sala de recobro”, refere ainda o comunicado.
Além da ministra da Saúde, a intervenção também foi acompanhada em tempo real pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa, pelo director-geral do CHDCP, Carlos Alberto Masseca, bem como “membros da direcção do hospital, profissionais de saúde e outros convidados, reunidos na sala de reuniões da Central de Esterilização”.
O CHDCP recorda ainda que já “realizou três telecirurgias anteriores, sendo duas durante a segunda fase da campanha de cirurgias, e a terceira na fase seguinte, ocorrida em Junho, quando o cirurgião operava a partir do Centro de Formação e o paciente encontrava-se no bloco central do hospital”.
No entanto, adianta a nota, esta quarta telecirurgia, “marca um marco inédito: foi a primeira vez que o comando da cirurgia foi feito a partir da América, com o paciente em Angola — estabelecendo um novo patamar na medicina digital e robótica em África”.
C/VA
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