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Desnutrição mata mais 400 crianças no Huambo

A província do Huambo enfrenta uma tragédia silenciosa, com a morte de 476 crianças por desnutrição desde Janeiro, um cenário alarmante que expõe fragilidades profundas na nutrição infantil e nas práticas de aleitamento.

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Dados divulgados pelas autoridades sanitárias locais indicam que a maioria das vítimas tinha menos de cinco anos, num aumento expressivo de 190 óbitos face ao período homólogo, enquanto os casos diagnosticados subiram para 5.596, contra 4.526 no ano anterior.

Segundo a supervisora provincial do Programa de Nutrição, Cármen Catumbela, citada pela Angop, o desmame precoce surge como a principal causa das mortes por desnutrição, muitas vezes associada a doenças como a malária, que continua a liderar as causas de mortalidade em Angola.

Os municípios da Caála, Huambo e Londuimbali concentram o maior número de casos, o que levou as autoridades a intensificar acções de sensibilização junto das comunidades, sobretudo em zonas rurais, numa tentativa de travar a escalada de óbitos.

A responsável alertou que, apesar da disponibilidade de alimentos variados produzidos localmente, muitas famílias desconhecem o seu valor nutricional e as formas adequadas de preparação, comprometendo a alimentação das crianças mesmo em contextos de produção agrícola activa.

Actualmente, o Huambo dispõe de 13 unidades especializadas em nutrição, distribuídas por 11 dos 17 municípios, num contexto nacional em que 40 por cento das crianças menores de cinco anos apresentam desnutrição crónica, segundo o mais recente inquérito do Instituto Nacional de Estatística.