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Adalberto Costa Júnior garante: “UNITA nunca esteve tão perto do poder”

Adalberto Costa Júnior declarou que a UNITA “nunca esteve tão próxima de disputar o poder”, num discurso final carregado de apelos à unidade interna e à preparação para os embates eleitorais decisivos de 2027.

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Reeleito com 91% dos votos no XIV Congresso Ordinário, onde derrotou Rafael Massanga Savimbi, o líder garantiu que a vitória “não é contra ninguém”, insistindo que o partido permanece imune a “manipulações”, “campanhas de difamação” ou estratégias que procurem dividi-lo. Afirmou que a UNITA sai do conclave mais sólida e mais coesa, pronta para enfrentar “tempestades” e consolidar a sua presença no panorama político nacional.

Ao comentar a candidatura do adversário interno, Adalberto Costa Júnior elogiou o contributo de Savimbi para um congresso “dinâmico e aprofundado”, destacando a maturidade democrática de uma formação política onde os seus quadros “não temem disputar” e participam activamente no debate. Sublinhou ainda que, nos últimos quatro anos, a UNITA se transformou numa força “moderna, inclusiva e aberta” à juventude, às mulheres e à sociedade civil.

O líder da oposição reforçou que a UNITA se afirma hoje como um “partido com vocação de governo”, apoiando-se no crescimento eleitoral de 2022, na expansão da sua presença nacional e nas alianças com movimentos cívicos e independentes. Considerou que as eleições gerais de 2027 serão “o momento mais decisivo da história recente do país”, prometendo apresentar uma alternativa “madura e organizada” ao MPLA.

No mesmo discurso, Adalberto Costa Júnior frisou que o partido está preparado para “reconciliar Angola consigo mesma” e romper com o “ciclo de estagnação e injustiça”, garantindo que as autarquias serão finalmente implementadas. Defendeu a necessidade de um “contrato social renovado”, capaz de unir o país num verdadeiro pacto de Estado.

O dirigente não deixou de criticar a recente Cimeira União Europeia–União Africana realizada em Luanda, classificando-a como distante do povo e desprovida de participação plural. Alertou ainda para o agravamento da fome, pobreza e desemprego, defendendo que quem governa “precisa de dialogar mais com os seus parceiros”. O congresso reuniu mais de 1200 delegados e observadores ao longo de três dias, marcando a terceira eleição de liderança desde 2019.