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Angola quer comprar 85% da maior diamantífera do mundo

Angola prepara-se para dar um passo no sector diamantífero mundial. O Governo manifestou plena confiança na possibilidade de adquirir a participação maioritária (85%) da De Beers, a mais influente multinacional do ramo, actualmente controlada pela Anglo American.

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A proposta angolana, submetida em Setembro pela Endiama, é descrita como “totalmente financiada” e faz parte do processo de desinvestimento global da Anglo American. O secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Corrêa Victor, confirmou esta Sexta-feira que o país “está confiante” no sucesso da operação.

Segundo o governante, a iniciativa não se limita ao interesse económico. Angola quer unir forças com outras potências diamantíferas africanas como Botsuana, Namíbia e África do Sul para formar uma frente continental capaz de influenciar o controlo da indústria global. “O nosso receio é que a De Beers caia em mãos especulativas e o diamante natural perca o devido valor e tratamento”, advertiu.

O Executivo angolano defende que o controlo africano sobre a De Beers traria benefícios significativos para os principais produtores do continente. “Seria saudável que os quatro países constituíssem uma frente comum. Essa união teria impacto directo no mercado mundial de diamantes”, afirmou Corrêa Victor.

A Anglo American encontra-se, neste momento, a avaliar as propostas recebidas, mas Luanda mantém o optimismo. Inicialmente interessada numa participação minoritária, a Endiama elevou entretanto a sua ambição, propondo a compra da totalidade da quota da empresa britânica.

Com a produção nacional em ascensão, Angola já lidera África em valor de diamantes extraídos, superando o Botsuana. “Consolidamo-nos como uma fonte atractiva de diamantes brutos de qualidade gema, reforçando a posição estratégica do país no mercado internacional”, concluiu o secretário de Estado.