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Caso de Viana mobiliza país inteiro e leva cidadãos às ruas no sábado

Angola vai sair à rua no Sábado para exigir justiça e pôr fim ao ciclo de violência e abusos contra meninas e mulheres, num protesto que promete ecoar em várias províncias.

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Há 3 horas
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O anúncio partiu de representantes da sociedade civil, que decidiram avançar com uma marcha nacional em solidariedade com a menor de 15 anos brutalmente agredida e abusada em Viana, caso que desencadeou uma onda de revolta. A iniciativa, coordenada por activistas e ratificada por um grupo de mulheres, pretende denunciar o que consideram um clima de banalização da vida e incumprimento das convenções que protegem a mulher.

Jaime Mussinda, do Movimento Cívico Mudei, acusa as autoridades de resposta frágil perante agressões repetidas e apela a uma actuação firme do Estado. O activista alerta para a sensação de impunidade e lembra que as vítimas continuam sem garantias de protecção efectiva.

O episódio que envolve a menor provocou indignação generalizada. Figuras públicas, organizações da sociedade civil e partidos políticos exigem responsabilização exemplar dos autores. O SIC confirmou a detenção de dois suspeitos e afastou qualquer ligação destes às forças de defesa e segurança, contrariando acusações levantadas por activistas.

O ambiente em torno do caso tornou-se ainda mais tenso após a interpelação, pela polícia, do deputado da UNITA Jeremias Mahula, quando tentava obter informações sobre a vítima. O parlamentar acabou libertado horas depois, na sequência da intervenção do seu grupo parlamentar, que considerou o episódio um erro grave.

Os organizadores garantem que a marcha avançará em Luanda, Benguela, Uíge e noutras localidades, com palavras de ordem que exigem punição efectiva para abusadores, sem protecções e sem desculpas. A palavra-chave que une os participantes é simples e dura: justiça.