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Golpe milionário travado: SIC impede exportação clandestina de 3000 toneladas de quartzo para a China

Um golpe de grandes proporções foi travado pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), que interceptou 100 contentores com 3000 toneladas de quartzo prontos para serem embarcados ilegalmente para a China, a partir de um terminal no Porto de Luanda. A carga, avaliada em milhões de dólares no mercado internacional, estava a ser exportada sob falsas alegações de que se tratava de “amostras para exames laboratoriais”.

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Há 2 dias
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O alerta partiu de uma denúncia e culminou numa operação conjunta entre o SIC e o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, no âmbito das medidas de protecção dos recursos minerais estratégicos. O porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, revelou que a empresa nacional responsável pela mercadoria tentou driblar as autoridades com justificações que “não colhem” face à dimensão da carga.

“Se não fosse a acção célere do SIC, estes contentores já estariam em alto mar rumo à República Popular da China”, afirmou Halaiwa, denunciando “irregularidades gritantes” no processo. Cada contentor, de 20 pés, carregava 30 toneladas de quartzo mineral essencial para a indústria tecnológica, usado na produção de painéis solares, relógios e telemóveis.

Apesar da gravidade do caso, ainda não houve detenções. No entanto, todos os envolvidos na cadeia logística da operação já foram notificados para prestarem esclarecimentos. As autoridades pretendem apurar o grau de responsabilidade de cada interveniente nesta tentativa de extracção ilícita de um recurso estratégico, cuja exportação está actualmente proibida pelo Decreto Presidencial n.º 185/24, de 14 de Agosto.

“Mesmo que se tratasse de amostras, nunca seriam 100 contentores. Esta acção criminosa constitui uma clara violação da lei e um atentado contra os interesses económicos do país”, reforçou Halaiwa.

Esta não é a primeira vez que o SIC frustra tentativas de exploração e exportação clandestinas de quartzo. Segundo o porta-voz, têm sido realizadas várias operações em minas ilegais, onde o mineral é extraído sem qualquer tipo de licenciamento, agravando a pilhagem de recursos naturais num momento em que o país procura industrializar o sector e agregar valor localmente.

O caso reacende o debate sobre a segurança dos portos e o controlo da cadeia de exportação mineral, numa altura em que Angola aposta fortemente na diversificação da sua economia e na maximização do valor interno dos seus recursos.