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Governo diz que falta de recursos diminuiu procura do ensino superior

O secretário de Estado para o Ensino Superior disse que o número de candidaturas para as vagas disponibilizadas no ano académico 2023/2024 diminuiu devido, entre outros factores, aos baixos rendimentos das famílias.

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Há 4 meses
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Eugénio Silva, que falava à Televisão Pública, revelou que para este ano académico foram distribuídas entre as 106 instituições do ensino superior menos 38.300 vagas que as disponibilizadas no ano anterior, já que das 230 mil vagas abertas no ano académico 2023/2024, apenas cerca de 74.000 foram preenchidas, ou seja menos de um terço.

O secretário de Estado adiantou que estão disponíveis para o ano académico 2024/2025, que arranca oficialmente a 30 de Setembro, 191.700 vagas, das quais 27.900 para as 31 instituições públicas e 163.000 para 75 privadas.

O secretário de Estado para o Ensino Superior referiu que as 230 mil vagas disponíveis no ano precedente tiveram apenas 227 mil candidatos, sendo que as instituições privadas, com 200 mil vagas, receberam 117 mil candidaturas e o ensino público, com 29 mil vagas disponíveis, recebeu 109 mil.

“Para cada vaga do ensino público tivemos cerca de quatro candidatos, ao passo nos privados não chega a um candidato por vaga”, disse.

De acordo com Eugénio Silva, na base desta fraca adesão poderá estar a perda do poder de compra.

“Porque têm que pagar propinas, e são um custo que muitos jovens não conseguem suportar, daí a razão de ter-se reduzido a procura. Há o facto também de, para as vagas destinadas aos cursos das áreas das engenharias e tecnologias haver poucos candidatos, porque fogem às matemáticas, à física, e preferem candidatar-se aos cursos de ciências sociais e humanas, que ocuparam cerca de 48 a 50 por cento das vagas disponíveis”, realçou.

Sobre o estado do ensino superior em Angola, Eugénio Silva declarou que tem estado a evoluir e a revelar índices de melhoria em muitos aspectos, frisando que está criado um quadro legislativo para regular a maior parte dos processos a que as instituições estão sujeitas, como o acesso de estudantes, as normas curriculares para a elaboração do currículo, o estatuto da carreira docente, o estatuto da carreira do investigador, a avaliação do desempenho docente.

Tem sido feito também um investimento na formação de gestores das instituições, prosseguiu o governante, ao que se junta também o esforço de melhoria de infraestruturas e recursos humanos.

Eugénio Silva sublinhou que pretendem aumentar o corpo docente, com um novo concurso para a admissão na carreira, para ocupar cerca de 895 vagas, a nível de assistentes e professores.

No ensino superior, segundo Eugénio Silva, há desafios no acesso, para garantir que entrem melhores candidatos, e o aumento de vagas e de cursos para uma oferta formativa mais diversificada sendo que no ano passado foram criadas cinco novas instituições privadas e prevê-se que com melhores condições possam surgir novos cursos de graduação e de pós-graduação, apontou.

Com o apoio financeiro da União Europeia de 11 milhões de euros, avançou o governante, está a ser feita uma aposta para a criação de cursos de mestrado e de doutoramento no país.

“O outro desafio também é aumentar o número de bolsas internas de estudo para apoiar estudantes de mérito, carenciados”, vincou.

O ano académico inicia as aulas no dia 30 de Setembro sendo que a cerimónia de abertura oficial terá lugar na província de Cabinda, no dia 4 de Outubro.

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