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Educação a sucumbir? Professores prontos, salas vazias e um governo que jogou milhões em viagens

Um grupo de jovens foi visto a marchar pacificamente no final de semana, sábado, 07 em Benguela. “Armados com diplomas”, boa vontade e a capacidade de ensinar matemática, exigem aquilo que assusta qualquer burocrata: um emprego digno.

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Centenas de professores treinados, testados e aprovados pelo último concurso público resolveram sair do anonimato dos certificados empoeirados e gritar, em coro e com boa ortografia, que querem trabalhar.

“Temos giz, mas não temos sala. Temos paixão, mas não temos enquadramento. Temos paciência, mas ela está no fim!”, declarou um manifestante enquanto segurava uma régua como símbolo de resistência.

Segundo fontes, há um déficit de mais de 60 mil professores no país, o que deixou milhares de crianças com o futuro em espera e os cadernos em branco.

“Marchar por Angola”, diziam os jovens, como se pedir trabalho, ensinar crianças e contribuir para o futuro fosse algo revolucionário. Onde já se viu isso? atirou João Salukila de 37 anos.

A Ministra da Educação, que até agora não confirmou nem negou que talvez esteja a pensar em considerar ouvir o apelo, foi vista a recalibrar o rádio para evitar frequências com vozes de professores.

Enquanto isso, a juventude insiste: não são o problema, são a equação resolvida que o país se recusa a aplicar. O ministério da Educação permanece calado.