“Há ausência de diálogo entre os jovens e nas famílias”
A escritora Kanguimbu Ananaz deslocou-se ao Namibe, concretamente, a Moçâmedes, região que a viu nascer, onde, além de visitar familiares e amigos, realizou acções filantrópicas, destacando-se a oferta de 150 livros à Biblioteca Provincial e 78 à Escola António da Conceição Ananaz. Agradeceu a recepção que lhe foi brindada pelo governador Archer Mangueira, a quem ofereceu,igualmente,livros. A poetisa, consultora social e docente universitária falou ao Jornal de Angola.
Registro autoral da fotografia
De regresso às origens… O que é que a Kanguimbu Ananaz traz na manga?
No âmbito da visitação à família, também, pensei que numa data muito importante do início da luta armada, devo falar do 4 de Fevereiro. É através desta luta, do ataque à Casa Reclusão, que nós tivemos a oportunidade de nos empenharmos para que alcançássemos a nossa Independência a 11 de Novembro de 1975. Assim sendo, sabendo que Namibe é uma província que também faz parte da História, porque aqui estiveram vários presos políticos, concretamente em São Nicolau, eu guardo essa imagem, e havia necessidade de interagir com jovens para também responsabilizá-los sobre a história, que não há um passado sem presente. E então foi essa dinâmica que eu fiz durante esses dias, com oferta de diversos livros à nossa Biblioteca Provincial, e também o encontro no APROART, para interagirmos e falarmos um pouco da História.
Interacção só com jovens, por quê?
Há toda essa necessidade de interacção constante com jovens. Sabemos da sua irreverência, mas há um défice, mesmo no seio das famílias, que não têm esse diálogo, essa interacção com os filhos. Então eu fi-lo. É meu direito de cidadania, responsabilidade social que tenho enquanto formadora de consciências, poetisa e não só, também docente universitária. E estou a dar continuidade com palestras. Também numa escola, que, graças ao Governo de Angola e pelos feitos do meu pai António da Conceição Ananaz, farei uma doação e falarei também para os petizes, porque é de pequeno que se torce o pepino e é de pequeno que tem que se falar da história.
Como observou a audiência/receptividade da juventude local, e o que mais transmitiu a ela?
É preciso fazer com que os jovens amem Angola, e em particular a província do Namibe. Falei com poetas homens e mulheres e vi que eles precisam cada vez mais de olhar para a terra, terem programas, e que os adultos possam reunir num jango e falar da história do Namibe. Tem pessoas que sei que são referências e que podem dar muito mais. Esse amor à terra…a questão do patriotismo também nos foi incutido no seio da família. É de todo importante pensar que fazer Angola é unir sinergias, é o meu pensamento, é o seu, é de todos nós, só assim é que podemos levar os grandes projectos avante. E Angola faz-se com pessoas que querem se doar. Adiantar não é chegar, pessoas há que pensam que as coisas podem acontecer de um dia para outro, mas não é assim. Tudo se faz com trabalho, porque ninguém vai fazer pelos angolanos, e, cada um de nós, quer jovens quer adultos, tem que ter essa consciência. Nós podemos, sim, trabalhar. Por vezes há questionamentos dos jovens, porque “os mais velhos já não servem”… É verdade que nós reconhecemos que os jovens têm essa força, mas precisam sempre de orientação. Vejamos, se muitos de nós não tivéssemos orientação… não sei o que é que seria de mim. Por acaso, falei aos jovens sobre os professores que me influenciaram grandemente. E eu falo, falo sempre aos jovens, e vem agora à tona que tive professores como Carlinhos Zassala, PhD como Amélia Mingas, Marcos Barrica (Embaixador), Victor Kajibanga (estas três últimas individualidades continuam a ser meus maiores influenciadores ao nível da Academia), a professora Ruska Marinovsk – que dizia o seguinte “Independentemente de ser estrangeira, de estar a dar aulas em Angola, temos que investigar os fenómenos sociais. E nós, por vezes, ficamos a olhar para outros países e queremos fazer comparações. Nós temos uma história como país africano e é preciso que se fale (as possas não gostam) que tivemos uma guerra fractricida que dizimou muitas pessoas, desagregou muitas famílias”. Os pais de hoje que bebam também daquelas pessoas, que têm capacidade de ouvir sobre a questão da droga, a questão da prostituição, as questões de desvio do comportamento. Eu vejo pela Televisão que no bairro onde nasci, cresci e vivi, há jovens que assaltam. Então, é preciso que nós, enquanto sociedade, também nos possamos doar. Nós estamos a cobrar, mas temos instituições, associações, igrejas… Então qual tem sido a motivação do professor, também? É preciso que o professor motive, é preciso que a família case com a escola, saber qual é o comportamento dos filhos, porque era isso que os nossos pais, as nossas mães, independentemente de elas (as mães) não saberem ler nem escrever, mas elas eram mulheres preocupadas com a educação da mulher.
Há uma sugestão quanto a isso?
Já se cantou a Welwitschia, mas há outros recantos, há tanta importância, há fauna, há flora, há o Iona. Há muito por se cantar em Angola, em particular na nossa província do Namibe. Mas, digo-vos que as pessoas adultas não desistam de congregar os jovens. Nós temos muitos terrenos baldios aqui, onde podemos fazer um jango. É. A luta não é a questão de gerações. É verdade que todos nós fomos jovens num período diferente, em que nós, verdadeiramente, tínhamos que ouvir os nossos pais. Nós tivemos uma educação muito rígida, mas valeu a pena, porque se não tivéssemos, o que é que seria de mim? O que é que seria?
Durante a interacção com os jovens, o que notou que mais os apoquenta?
Então, penso que os jovens precisam de fazer projectos, apresentar as áreas onde estão porque cada área tem o administrador. É preciso dialogar mais. O que eu senti é a falta de diálogo a nível das comunidades. Ali onde os jovens estão a beber, que alguém leve uma palavra: “Jovem, você pode beber, mas está aqui um livro, dá aqui e aquilo”.
Conte-nos um pouco sobre a sua vivência no mundo literário…
Olha, tem sido na verdade uma luta enorme, com muito afinco, com muita coragem. A literatura não é assim tão fácil como as pessoas pensam. E continuo a caminhar. Eu licenciei-me em Psicologia e sou mestre em Literatura e Língua Portuguesa, então é um casamento também. Escrevo, tenho dois livros científicos, um de monografia e outro também. Eu sou a primeira angolana a falar sobre a literatura infantil pós-independência, embora já tivessem falado, mas do ponto de vista científico, na minha dissertação de mestrado eu falo da nacionalista, da doutora Cremilda de Lima. Então vai bem, porque eu também estou conectada hoje com algumas universidades ibero-americanas. Tenho duas obras traduzidas, “Seios e Ventres”, traduzido para o inglês por uma revista americana, e também “Nas Entranhas do Mar”, traduzido para o espanhol pela Universidade de Playa Ancha, da República do Chile, em parceria com o Instituto Camões. Eu tive o apoio deste Instituto Português, também, na República do Chile. Há que dar continuidade ao trabalho, e acima de tudo, com todo afinco, com toda a dedicação, mostrar o que Angola tem. Eu por norma, quando tenho trabalhos internacionais, é verdade que não há uma limitação nas perguntas. É sempre o percurso da literatura, quem são os escritores em Angola, quem foram os escritores em Angola, claro que não tenho como deixar de falar daqueles homens que tudo fizeram, como o Dr. António Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade, Viriato da Cruz, Uanhenga Xitu, Jofre Rocha, Pepetela, António Cardoso, António Jacinto, Botelho de Vasconcelos, Henrique Abranches, Mena Abrantes, também a doutora Maria Eugénia, que é co-fundadora da União dos Escritores Angolanos. E há toda necessidade de nós potenciarmos – e o que eu tenho feito dentro da minha responsabilidade social é potenciar os jovens -, porque vai um pouco, por exemplo, para as artes plásticas qual é o começo do percurso? É o Vitex, como em Moçambique foi o Malangatana… E então, é preciso potenciar os jovens e é o que tenho feito.
A literatura é uma “missão hercúlea”?…
Não tem sido fácil, digo-lhe que não me sinto realizada, independentemente de tudo, porque ainda tenho muito pela frente, vida é morte e morte é vida, mas eu hei-de continuar com as forças que tenho e essa espiritualidade e auto-consciência de que sou mulher, acima de tudo, de que sou cidadã, sou angolana, em particular, da cidade de Moçâmedes (Namibe). Eu carrego a minha província às costas, eu carrego Angola às costas. Então, a literatura é tudo aquilo que é o amor que eu sinto. Dos amores, os encantos, os sabores da terra. A literatura para mim é o pirão, é o lombi, é o peixe seco, é o carnaval, é também o óbito, o ndondolo que é aquela dança dos nossos ancestrais que os jovens não conhecem, é preciso falar tudo isso. Então, a literatura é essa imensidão… eu não tenho uma fita métrica para medir o comprimento e a largura do meu sentimento em relação àquilo que é a cultura, e àquilo que é a identidade do meu povo, as línguas nacionais- e por vezes há esse questionamento – e é importante que os jovens saibam, se eu não falo é porque os nossos pais eram proibidos de falar. Proibidos porque diziam que era língua de cão. E há essa responsabilidade na literatura, não é escrever por vaidade ou por querer ser. Pode ser, mas é a raiz. E a minha raiz começa na família e no Colégio Nossa Senhora de Fátima, as Irmãs Doroteia, onde estudei o ensino de base até ao 6º ano. Ali aprendi. Aprendi que na verdade é importante ter amor à terra, independentemente de tudo. Professoras como a Teresa Baptista, a Margarida Canuto, a madre Dias, a madre Duque, o professor João Baptista e outros, o padre Maria Mendes, o padre Rebelo, o padre Namolo, então são essas influências. Então toda a minha socialização, independentemente da formação que tenho, é uma base, é o alicerce, é o cabouco. Isso é que nós precisamos. Então, tudo isso faz a literatura, aquilo que vimos, o cuidado com os imóveis, o cuidado…então é a alma que fala, é o sentimento acima de tudo, então é o patriotismo porque Agostinho Neto denunciou que havia uma escravidão (…), então todos os africanos uniram-se à volta para derrubarem a colonização. Então, de que forma é que nós, enquanto angolanos, temos estado na verdade a olhar para a terra? É preciso amar a terra, é preciso ter amor à terra. E a literatura tem esse poder da denúncia também: ali não há luz, ali não há água, de que forma é que eu posso contribuir, mas acima de tudo, que toda a crítica seja construtiva e toque no ego das pessoas que estão na governação, e diga “não, nós precisamos de ouvir o povo”.
Há alguma surpresa que reserva para o Namibe, no que ao lançamento de um livro ou uma obra diz respeito?
Bem, há um livro que é o “Seios e Ventres”,com que eu participei num concurso internacional de poesia dedicado à doutora Maria Eugénia. O livro também foi levado além-mar e então Namibe não teve porque o livro acabou por se esgotar. No fundo no fundo, é a interacção. São dois livros inéditos, prontos, que já foram lançados e relançados, que é o “Seios e Ventres” que retrata um pouco aquilo que é a mulher mucubal.Por quê seios? Porque é a mulher que amamenta. Por quê ventres? É a mulher que, na verdade, tem esse poder de elasticidade para dar à luz do seu ventre, e, nas entrelinhas do mar, uma cooperação de um livro que eu li, um romance das mulheres marisqueiras, no Brasil, e a mulher mabangueira, em Angola, que através desse trabalho da venda das mabangassustentam os seus filhos. E naturalmente isso fez com que eu me inspirasse e falasse um pouco do Brasil e um pouco de Angola.
Pode fazer uma abordagem quanto ao seu mundo profissional?
Eu sou psicóloga de formação. Durante alguns anos trabalhei no Ministério do Comércio, mas tive que, digamos assim, ir para uma reforma antecipada, porque convivi durante 18 anos com filho vítima de toxicodependência. Enquanto consultora, tenho orientado famílias que têm filhos vítimas de drogas. Muitos pais, por uma questão de estigma, não ligam aos filhos. E ao longo dos anos, tem sido o meu trabalho, orientar jovens vítimas de drogas. Foi o caso do Nagrelha, que vocês conheceram, mas também tinha o meu filho. Estou dedicada à docência e sou conferencista e consultora em várias áreas da vida social: família, literatura…Como já tinha dito logo de início, a literatura está casada com a psicologia. Hoje estou muito mais dedicada à área da consultoria, à elevação das famílias, das famílias que querem desistir dos filhos. Mas não devem desistir, porque os filhos não pediram para nascer. E quando nós estamos a falar da questão da toxicodependência, das drogas, quer lícitas quer ilícitas, estamos a falar também da questão da saúde pública. Estamos também a falar da questão da segurança, porque há toda a necessidade de vermos a raiz desse grande mal, dos jovens que querem desistir, dos jovens que, devido a essa situação, é a questão da droga, é a questão dos suicídios também (…) então, é preciso conversar. O jovem quer trabalhar, mas também dizer que a empregabilidade não é só por parte do Governo, as empresas privadas também devem contribuir. E por quê? Porque afinal há um Governo que as considera e dá um alvará. Então é isso que muitas vezes o privado não pensa, que deve ter responsabilidade social. Ali onde tem uma padaria, os jovens têm que ter essa capacidade de falar, mas duma forma estruturada, falar com respeito, “senhor padeiro, eu preciso de 200 pães”, “senhor mamadú, eu preciso de dois bidões de gasosa”.
Enquanto académica, como encara a envolvência de Angola na investigação científica?
Nós, precisamos trabalhar, naturalmente. É preciso dinheiro para tal, porque Angola, para nós estarmos no ranking em pé de igualdade com os outros, é preciso potenciar, que possa haver mais licenciados, mestres, doutorados, para olharmos por este grande país. Porque o investigador, eu, por exemplo, para ir ao Camucuio, tenho que ter condições para tal, para falar com os sobas, para falar das questões sociais, naturalmente, e tudo isso, porque o professor, o docente, um doutorado, ele é um investigador por excelência, é um pesquisador. E naturalmente ele vai fazer estudos de fenómenos e esses devem ser mensurados, ele vai inquirir, então nós precisamos de cada vez mais potenciar as universidades, principalmente as privadas, e que possamos ter cada vez mais laboratórios e que a juventude estude mesmo, para adquirir conhecimento e não só adquirir a questão da certificação. É. Então, precisamos trabalhar. Temos o Ministério do Ensino Superior que tudo tem feito, agora também temos uma área, aquela área das bolsas de estudo que tem estado a contribuir com bolsas, já temos enviado jovens para vários países do mundo, para se potenciarem do ponto de vista científico, então precisamos de trabalhar, e a boa vontade de cada um. Pessoas há também que vão para as bolsas, depois ficam a passear, acabam por não regressar, acabam por não estudar, e ainda mentem aos pais, mas eu penso que é preciso esse incentivo, cada vez mais. O que eu faço, sem qualquer ego, é porque tenho referência dos meus professores, e não só, isso é que faz com que eu não desista. É. Academia não é estar, é preciso, há toda uma necessidade de nós estarmos em pé de igualdade com os outros. Quando estivermos com os outros eu também tenho que olhar para mim com admiração. Não é porque um estudou fora ou porque estudar fora é melhor que em Angola, não! É a questão da absorção. De que forma é que você assimilou os conhecimentos, de que forma é que você é capaz de falar para uma plateia, quer em Portugal quer em qualquer país do mundo ou nas Nações Unidas? A língua portuguesa hoje já se fala em quase todo mundo. E há tradutores. Agora você precisa ter conhecimento, assimilar convenientemente a matéria para ter sustentabilidade. Está a ver? Só assim é que vão nos considerar.
A quantas anda o seu poemário?
É todos os dias. É todos os dias porque a minha inspiração não tem explicação. “O fumo beijou o lábio e o mar nunca andou, é poesia na boca do povo, caiu e não partiu”. Aqui está a poesia presente (sorrisos).
Pode acrescer algo que por nós não foi questionado?
Que a juventude não desista. Há lamentações. Nós queremos tudo já, mas se tivermos que fazer uma reflexão profunda, enquanto cidadãos, tivemos uma corrupção danosa. E eu sinto e as pessoas sentem. É isso que eu gostava que os adultos pudessem fazer para que a juventude compreenda. Há um défice neste aspecto. E por vezes quando há essa irreverência da juventude, é porque ela não sabe, porque mesmo no seio da família ninguém dialoga. Mesmo sabendo, há contrariedade. Ao invés de nós falarmos “olha, houve corrupção durante muitos anos, o senhor Presidente João Lourenço deu um timing de seis meses para que todos aqueles que tiraram do erário, que é nosso, que regressem com o dinheiro, não o fizeram, e agora?! Estamos a viver essa situação. É culpa de quem? Então, nós sempre temos que apontar o dedo. Mas se reflectirmos que o próprio angolano dizimou o erário, é aquilo que tenho estado a dizer, que o delinquente não é só aquele que vai roubar, que vai matar. Esses que tiraram o erário que hoje nos está a fazer falta também são delinquentes, nós já podíamos ter outros projectos. Independentemente de tudo, há todo um esforço no sentido de reaver. Nós temos estado a acompanhar o Tribunal Supremo, tudo isso, a IGAE tem estado a fazer esforço, então, todos nós temos que juntar sinergias no sentido da mudança. E qual é a mudança? Mentalidade. Os nossos pais casaram com a escola, eles tinham que saber das nossas notas. Eles folheavam os nossos cadernos, eles tinham que saber das tarefas de casa. Então é essa recomendação, que haja união entre pais e filhos. Eu constatei que fulano não fala com fulano, fulano…não deve. Isto não deve acontecer, principalmente no seio da família, que haja paz. Nós não somos pessoas perfeitas, nós, humanos, somos falhos. Mas temos que ter essa capacidade, “epá, fui tão falho, já deixei de falar com meu irmão, já deixei de falar com meu filho, já deixei de falar com meu pai, então é momento da família estar unida”. E aí é que vai haver mais saúde, digamos assim, mental. Por que é que há essas coisas que nós já nos referimos? Porque as pessoas não conversam. É problema nos lares, há divergências nos lares, Há muitos problemas. Estás a ver? Mas por que não há diálogo e porque alguém vai-se basear na novela, quer viver a vida da novela em casa, quer viver a vida que não é sua, é o marido que dá dinheiro e o dinheiro vai para outros caminhos, é a mulher também que não ajuda, e a mulher trabalha em casa, também tem que se reconhecer o trabalho doméstico, então é uma questão de auto-consciência. O diálogo deve ser permanente. Comparação não é razão, “ah, porque eu sou”…não é nada, somos todos pessoas e cada um à sua maneira. Cada um, sabendo ou não, mas com o conhecimento que tem, com a ideia que tem, tem a capacidade de saber ouvir, porque por vezes nós não temos a capacidade de saber ouvir. Nós não ouvimos. O fulano ainda não acabou o seu raciocino e você já está por cima. Deixe-o acabar, há sempre qualquer coisa. Tudo ninguém sabe, mas todos nós podemos, sim, levar Angola a bom porto.
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