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Igreja católica pede partilha Justa das Riquezas Nacionais

Os bispos católicos lançaram um apelo veemente à união e ao compromisso de todos na construção de “uma nova Angola”, baseada na convivência pacífica e na repartição justa das oportunidades, durante a abertura do Congresso Nacional da Reconciliação, realizado esta quinta-feira, em Luanda.

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O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, afirmou que a iniciativa, “acolhida por muitos e incompreendida por alguns”, pretende despertar consciências e inspirar um novo pacto social em torno da ética, da justiça e do respeito mútuo. “Queremos transformar este espaço chamado Angola num lugar onde a coabitação harmoniosa seja possível e a partilha dos benefícios se torne prática quotidiana”, declarou.

O evento reuniu representantes de diversos quadrantes da sociedade — deputados do MPLA, UNITA, FNLA, PRS e PHA, membros de partidos sem assento parlamentar, líderes religiosos, académicos, activistas e autoridades tradicionais. Contudo, a ausência de representantes do Governo e do Presidente da República, João Lourenço, marcou o encontro. O Chefe de Estado alegou compromissos de agenda ligados às comemorações do 50.º aniversário da independência.

Dom Imbamba criticou a “injusta repartição de bens” que, segundo o prelado, feriu os tempos de abundância que se seguiram ao fim da guerra civil, e apelou a uma “nova terapia nacional” para curar desigualdades e consolidar instituições fortes e inclusivas. “Os novos tempos exigem cidadania consciente, responsável e participativa”, reforçou.

O presidente da Comissão Episcopal de Justiça e Paz, Dom Zeferino Zeca Martins, destacou que a Igreja não pretende substituir-se às instituições do Estado, mas sim “ser voz dos sem voz” e promotora de reconciliação. “A Igreja é conciliadora, não veio para atirar pedras. Passados 23 anos de paz, nenhum de nós tem o direito de adiar o futuro”, afirmou.