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Novo aeroporto estreia com reclamações de distância e preço astronómico: Um peso no bolso dos passageiros

Passageiros enfrentam custos elevados e insegurança para chegar à nova “porta de entrada” de Angola, a mais de 40 km de Luanda

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Há 8 meses
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A inauguração do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), longe de ser um momento apenas de celebração, expôs uma das maiores desvantagens da nova estrutura: a longa distância de mais de 40 km ao norte de Luanda e os custos exorbitantes para alcançá-la. Com o primeiro voo doméstico para Cabinda realizado no Domingo, passageiros enfrentaram realidades que muitos temiam – transporte caro e desafios de segurança.

Verónica Alfredo, uma das passageiras do voo inaugural, citado pelo VA, detalhou as dificuldades: “Paguei quase 20 mil kwanzas num táxi personalizado só para conseguir chegar aqui em segurança. Tive de vir de véspera e passei a noite no aeroporto para evitar sair de madrugada, dado o risco de raptos na minha área,” revelou, descrevendo a experiência de pernoitar em condições precárias no próprio terminal. Verónica ainda enfrentou problemas com a TAAG, que mudou seu voo para mais cedo, causando transtornos adicionais.

O impacto da localização afastada foi sentido também por Nelsa Venâncio, que, com dois filhos pequenos, percorreu o longo caminho de carro, gastando horas e muitos kwanzas. “A experiência é boa, mas a distância é realmente um problema para quem mora em Luanda”, lamentou.

Enquanto a TAAG e as autoridades de transporte afirmam estar articulando alternativas de acesso, como parcerias com os Caminhos de Ferro de Luanda e o Transporte Colectivo Urbano de Luanda, passageiros relatam que, no presente, a distância do AIAAN impõe desafios pesados no bolso e no tempo. Vicente da Graça Gomes, outro passageiro pioneiro, que veio do Zango, descreveu o custo de 8 mil kwanzas num táxi como “pesado” e “insustentável” para o uso regular.

O presidente executivo da TAAG, Nelson Oliveira, reconheceu o momento como “histórico”, mas a realidade para muitos passageiros parece distante da promessa de uma “porta de entrada moderna”. Os quatro voos diários para Cabinda, que obrigam o aeroporto a operar das 04h00 às 23h00, só intensificam a necessidade de transporte acessível e seguro. Oliveira insiste que “não é tão distante assim”, mas para os passageiros, a nova infraestrutura e sua localização remota continuam a desafiar as expectativas de acessibilidade e conforto.

Para muitos, o novo aeroporto simboliza um avanço, mas com um custo alto demais para o bolso e o tempo dos angolanos.

PONTUAL, fonte credível de informação.