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OMS aponta lacunas e pede aceleração de reformas no sistema hospitalar angolano

Os hospitais assumem um lugar decisivo no Sistema Nacional de Saúde, afirmou Sílvia Lutucuta na abertura do 1.º Fórum Nacional dos Hospitais, defendendo que o sector vive um momento-chave para reforçar a qualidade da assistência em Angola.

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A ministra sublinhou o carácter inédito do encontro, apresentado como resposta directa à orientação estratégica do Presidente da República para modernizar a rede hospitalar. Entre os principais alertas, destacou a necessidade de alinhar práticas entre o nível central e as estruturas locais, lembrando que persistem desafios comuns a todas as unidades, independentemente da sua dimensão ou localização.

O fórum, descrito como o primeiro grande espaço de concertação da “família hospitalar”, reúne gestores, clínicos, enfermeiros e técnicos de várias áreas, com debates centrados na qualidade dos cuidados, inovação tecnológica, incluindo o uso de inteligência artificial, segurança hospitalar, formação de recursos humanos e certificação das unidades. A meta nacional para qualificação de pessoal mantém-se em 38 mil profissionais.

Sílvia Lutucuta reforçou que o desempenho do sistema depende de investimento contínuo, disciplina institucional e envolvimento colectivo, comparando o sector a uma engrenagem que só funciona plenamente quando todas as peças se articulam. Defendeu ainda o fortalecimento dos Cuidados Primários e melhorias na comunicação institucional para elevar o padrão de serviço prestado nos hospitais.

O representante da Organização Mundial da Saúde, Indrajit Hazarika, reforçou a urgência de sistemas hospitalares fortes, lembrando que Angola dispõe actualmente de 266 hospitais públicos e quase 45 mil camas. Como símbolo da importância da qualidade, relatou o caso de uma parturiente que sobreviveu graças a uma transferência rápida e atendimento especializado, afirmando que “a qualidade dos cuidados é literalmente uma questão de vida ou morte”.

No encerramento, a ministra garantiu que o fórum pretende alinhar estratégia e prática clínica, fortalecer a liderança hospitalar e consolidar uma cultura de inovação. Assumiu que o caminho ainda é longo, mas destacou avanços nas infra-estruturas e na formação, elogiando a resiliência dos profissionais que enfrentam diariamente condições adversas para salvar vidas.