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Crise na Guiné-Bissau: CPLP exige retoma da ordem constitucional

A CPLP condenou com firmeza a tomada do poder pela força na Guiné-Bissau e manifestou perplexidade perante a ruptura constitucional ocorrida após um processo eleitoral que decorria de forma pacífica.

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A organização lusófona, que reuniu de urgência em Lisboa através do seu Comité de Concertação Permanente, sublinhou que a sua Missão de Observação Eleitoral considerou exemplar o ambiente de ordem e civismo registado nas urnas, razão pela qual a suspensão inesperada do processo eleitoral foi recebida com profunda preocupação.

Num comunicado divulgado após a reunião, a CPLP repudiou a interrupção do escrutínio, bem como a detenção “arbitrária e injustificada” de responsáveis políticos, apelando ao restabelecimento imediato da normalidade constitucional e pedindo a todas as partes que evitem actos que possam desencadear violência.

A organização reforçou ainda a sua solidariedade para com o povo guineense, afirmando acompanhar “com elevada inquietação” a instabilidade política e institucional resultante da acção militar que provocou a ruptura da ordem constitucional.

O general Horta Inta-A assumiu funções como Presidente de transição menos de 24 horas depois da intervenção militar que afastou o Presidente Umaro Sissoco Embaló e impôs recolher obrigatório, censura nos media e a suspensão total do processo eleitoral realizado a 23 de Novembro.

As eleições decorreram sem incidentes e sem a participação do PAIGC e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da corrida e que apoiavam o opositor Fernando Dias da Costa. Simões Pereira acabou detido, enquanto a oposição acusa os militares de terem actuado para travar a divulgação dos resultados. A CPLP, presidida actualmente pela própria Guiné-Bissau, reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.