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Angola bate recorde na produção de diamantes, mas milhões de quilates acumulam-se nos cofres

Angola deverá ultrapassar, até ao final deste ano, a meta de 14,8 milhões de quilates de diamantes, mas enfrenta um paradoxo preocupante: quase quatro milhões de quilates permanecem sem comprador devido à queda acentuada dos preços no mercado internacional. O alerta foi feito esta quarta-feira pelo presidente do Conselho de Administração da Endiama, José Ganga Júnior.

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O responsável adiantou que a produção poderá atingir cerca de 15 milhões de quilates, impulsionada pela entrada em operação da mina de Luele, uma das mais promissoras fontes primárias de kimberlitos do país. “De modo geral, todas as empresas estão em actividade, com excepção de duas que enfrentam dificuldades de rentabilidade”, afirmou.

Apesar do bom desempenho produtivo, Ganga Júnior classificou o mercado como “o grande calcanhar de Aquiles” do sector diamantífero. Os preços caíram mais de 50 por cento em comparação com os últimos dois anos, situação que tem obrigado as operadoras a reduzir despesas e a conter a produção para evitar um colapso ainda maior nos valores de venda.

“Estamos a sobreviver num contexto difícil, mas com esperança de que o mercado recupere em breve”, sublinhou o dirigente, acrescentando que, até Setembro, foram vendidos cerca de 10 milhões de quilates. Outros quatro milhões aguardam comercialização, além da produção prevista até Dezembro.

Segundo a Endiama, os diamantes angolanos têm como principal destino os Estados Unidos da América, que absorvem cerca de 60 por cento da procura mundial, com passagem inicial pelo Dubai e pela Índia, onde ocorre a lapidação.