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Violência pós-eleitoral causa centenas de mortos na Tanzânia

Uma onda de violência sem precedentes varreu a Tanzânia após as eleições presidenciais e legislativas de quarta-feira, 29 de Outubro, com o partido da oposição a denunciar mais de 700 mortos em confrontos com as forças de segurança. As ruas de Dar es Salaam, principal centro económico do país, e de outras grandes cidades transformaram-se em campos de batalha, enquanto o governo ordenava o bloqueio total da Internet para travar a disseminação de informações.

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O partido Chadema, principal força da oposição, afirmou que os seus militantes percorrem hospitais de todo o país para contabilizar as vítimas. A formação política acusa o Executivo de fraude eleitoral e de repressão brutal contra quem contesta os resultados.

As manifestações começaram logo após a divulgação dos primeiros resultados parciais pela televisão estatal, que apontavam para uma vitória folgada da Presidente Samia Suluhu Hassan, no poder desde 2021. Oposição e sociedade civil denunciaram o escrutínio como “sem pluralismo e manchado por intimidação”, com dois dos principais adversários de Hassan presos ou impedidos de concorrer.

Relatos de testemunhas descrevem tiros intensos, delegacias incendiadas e civis em fuga perante a actuação da polícia de choque. Na cidade de Mwanza, no norte do país, os confrontos terão causado centenas de feridos e a destruição de infra-estruturas públicas.

Fontes de segurança confirmam a gravidade da situação, mas a extensão das mortes e ferimentos é impossível de verificar de forma independente, devido ao bloqueio quase total da Internet e à censura imposta aos meios de comunicação locais.

A comunidade internacional ainda não reagiu oficialmente, mas organizações de direitos humanos alertam para o risco de colapso político e humanitário caso a violência continue a escalar.