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João Lourenço denuncia “agenda escondida” e critica vitimização de alguns angolanos

O Presidente da República, João Lourenço, lançou duras críticas a um alegado discurso de vitimização e auto-exclusão de “alguns angolanos”, que, segundo afirmou, “em nada contribui para a paz” e revela “uma agenda política escondida e de mau agouro para o país”.

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O chefe de Estado e líder do MPLA falava esta sexta-feira, em Luanda, durante a reunião do Comité Central do partido, um encontro marcado por um tom de alerta político e de exortação à unidade nacional, no quadro das comemorações dos 50 anos da independência de Angola.

No seu discurso, João Lourenço exaltou o papel histórico do MPLA na luta de libertação nacional, recordando que o partido liderou os ataques de 4 de Fevereiro de 1961, que deram início à luta armada contra o colonialismo português, culminando com a proclamação da independência, a 11 de Novembro de 1975, por António Agostinho Neto.

Ao traçar um paralelo entre o passado e o presente, o Presidente destacou o fim da guerra civil como “o mais relevante marco histórico após a independência”, sublinhando que a reconciliação nacional iniciada por José Eduardo dos Santos teve continuidade com o seu próprio gesto de perdão e com a trasladação dos restos mortais de Jonas Savimbi para o Bié. “Estes factos irrefutáveis provam o nosso compromisso com a paz e a reconciliação nacional”, afirmou.

Ainda assim, lamentou que, passadas mais de duas décadas de estabilidade, “alguns cidadãos insistam numa narrativa de vitimização e exclusão”, que, segundo disse, “mina a coesão e o futuro do país”. Sem citar nomes, João Lourenço alertou que essa atitude “esconde intenções políticas pouco claras” e apelou à responsabilidade de todos os sectores, políticos, religiosos e civis, na preservação da paz e do progresso.

Dirigindo-se ao grupo parlamentar do MPLA, o líder do partido exortou os deputados a uma “melhor preparação e informação sobre os grandes temas nacionais”, lembrando que “o parlamento é um verdadeiro campo de batalha política” e que a defesa dos interesses do povo exige “dedicação e conhecimento permanente”.