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Golpe de 2022 ainda faz vítimas: Chefe do Estado-Maior exonerado em São Tomé

O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe, João Pedro Cravid, foi exonerado esta segunda-feira, após o desaparecimento do processo judicial sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022, que resultou na morte de quatro homens dentro de um quartel militar.

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A decisão foi tornada pública no final da reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, presidida pelo Chefe de Estado, Carlos Vila Nova, e contou com a presença do primeiro-ministro, membros do Governo e altas chefias militares. O encontro teve como foco o escândalo do desaparecimento do processo conhecido como “caso de 25 de Novembro”.

De acordo com o porta-voz do Conselho, Virgílio Mandinga, o órgão concluiu que a falta de esclarecimentos convincentes sobre o paradeiro do processo justificava a exoneração imediata do chefe militar.

A situação provocou indignação pública e levantou novas dúvidas sobre a transparência nas instituições de defesa e justiça do país. O desaparecimento de um processo desta magnitude é visto como um abalo grave à credibilidade do sistema judicial são-tomense.

O caso de 25 de Novembro remonta a 2022, quando um grupo de homens tentou um golpe de Estado e acabou morto nas instalações das Forças Armadas, em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas. O julgamento, considerado um dos mais sensíveis da história recente de São Tomé e Príncipe, ficou agora envolto em polémica após o sumiço dos autos.

Com a exoneração de João Pedro Cravid, o Governo deverá nomear nas próximas horas um novo Chefe do Estado-Maior, numa tentativa de restaurar a confiança e travar a crise institucional que abala o país.