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Igrejas e clubes desportivos esquivam o INSS: Só o Petro cumpre com a segurança social dos seus jogadores

O presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), Anselmo Monteiro, lamentou, esta segunda-feira, em Luanda, a ausência de protecção social de sacerdotes e atletas angolanos, denunciando a falta de compromisso de várias igrejas e clubes desportivos com a segurança social.

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Durante a apresentação do balanço de actividade do INSS entre 2017 e o primeiro semestre de 2025, Anselmo Monteiro apontou directamente a Igreja Católica, destacando o esforço feito junto das autoridades eclesiásticas, nomeadamente Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias e Dom Anastácio Cahango, para a inscrição dos sacerdotes no sistema de segurança social. “Os nossos padres não têm protecção social”, lamentou o responsável.

A situação, sublinhou, repete-se noutras denominações religiosas, como a Igreja de Simão Toco, onde, apesar das insistências, persiste a resistência à adesão. Apenas 6.259 trabalhadores do clero estão actualmente inscritos no sistema, número considerado insignificante face à realidade nacional. Monteiro chegou mesmo a sugerir que uma percentagem do dízimo fosse canalizada para garantir o futuro dos sacerdotes.

No sector desportivo, o dirigente foi igualmente crítico, revelando que apenas um clube — o Petro Atlético de Luanda, cumpre regularmente as suas obrigações com a segurança social. “Atletas que ao longo de anos receberam somas avultadas acabam por bater à porta da segurança social quando já nada têm”, afirmou, lamentando a falta de sensibilidade dos próprios desportistas e dos dirigentes.

Monteiro recordou que o Decreto Presidencial de 2022 criou o regime jurídico de protecção social obrigatória para atletas profissionais, mas reconheceu que o mecanismo “não tem sido exitoso”, devido à fraca divulgação e ao desinteresse generalizado dos beneficiários.

O responsável apelou à responsabilidade das igrejas e dos clubes, defendendo uma maior consciencialização sobre o papel da segurança social na protecção do futuro dos trabalhadores e ex-atletas.

“A segurança social não é um favor, é um direito”, concluiu.