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Da condenação à ambição: ex-presidente da RDC quer recuperar o trono político

Kinshasa viveu um verdadeiro abalo político após o anúncio da candidatura de Joseph Kabila às eleições presidenciais de 2028, numa decisão que dividiu a opinião pública e reabriu feridas do passado recente da República Democrática do Congo (RDC).

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Há 10 horas
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O antigo chefe de Estado, que governou o país entre 2001 e 2019, surge novamente no centro da arena política, apesar das fortes críticas que o apontam como símbolo de um regime autoritário, marcado por escândalos e corrupção. A notícia, tornada pública nesta quinta-feira, foi recebida com incredulidade, ironia e espanto, tanto por analistas como por cidadãos congoleses.

Joseph Kabila, que chegou a enfrentar uma condenação à morte em processos polémicos, procura agora apresentar-se como um “estadista experiente”, segundo os seus apoiantes, que defendem o seu regresso como “uma oportunidade para restaurar a estabilidade nacional”.

Mas a sociedade civil e a oposição encaram o movimento com desconfiança, alertando que a candidatura de Kabila coloca em causa a credibilidade do processo eleitoral e pode representar um perigoso retrocesso para a democracia congolesa.

Para muitos observadores, a iniciativa do ex-presidente demonstra a fragilidade das instituições democráticas da RDC e lança dúvidas sobre o equilíbrio político de um país que continua a lutar contra instabilidade, pobreza e tensões armadas no Leste.