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Golpe militar consagra novo líder no Madagáscar: Exército instala coronel na presidência

O coronel Michael Randrianirina, comandante de uma unidade de elite das Forças Armadas de Madagáscar, foi empossado esta sexta-feira, 17, como novo presidente do país, apenas três dias depois de liderar o golpe militar que derrubou Andry Rajoelina, agora em paradeiro desconhecido.

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A cerimónia, marcada por forte aparato militar, decorreu na sede da Alta Corte Constitucional, diante dos nove juízes vestidos de vermelho, onde Randrianirina jurou defender a nação e restaurar a estabilidade numa altura em que o país se encontra mergulhado em incerteza política.

A tomada do poder, rápida e sem resistência visível, forçou Rajoelina, que também presidia rotativamente a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a fugir do país na noite de segunda-feira, 13, alegando temer pela própria vida.

A rebelião militar, conduzida por elementos leais a Randrianirina, surgiu na sequência de protestos massivos contra cortes de energia e água, que rapidamente evoluíram para manifestações anti-governamentais e expuseram divisões profundas no seio das Forças Armadas.

Perante o novo cenário, a União Africana (UA) anunciou o envio de uma missão diplomática de emergência a Antananarivo, composta por membros do Painel de Sábios e por um Enviado Especial, com o objectivo de mediar um diálogo nacional que permita restabelecer a ordem constitucional.

Num comunicado emitido esta quinta-feira, 16, a UA sublinhou que os esforços diplomáticos visam “apoiar o lançamento de um diálogo inclusivo, de propriedade malgaxe e liderado por civis, capaz de restaurar a estabilidade, fortalecer a coesão social e preservar a governação democrática”.

A SADC, por sua vez, prepara o envio de uma delegação de anciãos ao país, para acompanhar a evolução da crise política que já ameaça manchar a imagem da organização regional, actualmente sem liderança efectiva desde a fuga de Rajoelina.

O paradeiro do presidente deposto permanece um mistério, alimentando especulações sobre um eventual asilo em território europeu, enquanto o novo líder militar promete “unir o país e proteger o povo malgaxe”.