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Luanda acolhe cimeira da SADC sobre integração e desenvolvimento logístico regional

Cimeira regional decorre até Domingo na capital angolana e deverá culminar com a aprovação da “Declaração de Luanda”, um marco político para o futuro da mobilidade e do desenvolvimento económico da região.

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A capital angolana tornou-se, esta Sexta-feira, o epicentro das discussões sobre o futuro da mobilidade e da integração económica africana. Reunidos em Luanda, os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) preparam-se para assinar a “Declaração de Luanda sobre Integração e Modernização Logística”, um documento considerado histórico e decisivo para o reforço da conectividade regional.

O anúncio foi feito pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, durante a abertura do “Angola Hub Transporte e Logística Summit 2025”, que decorre até Domingo e reúne governantes, empresários, académicos e parceiros internacionais.

Segundo Massano, que discursou em representação do Presidente João Lourenço, o objectivo central da cimeira é transformar a mobilidade em “alavanca do desenvolvimento económico e social do continente”, consolidando a integração regional e fortalecendo as infra-estruturas logísticas da África Austral.

“O corolário deste evento será a aprovação da Declaração de Luanda, um marco político institucional da determinação conjunta dos nossos países em modernizar a logística regional”, sublinhou o ministro.

Massano alertou, no entanto, que o encontro acontece num contexto global complexo, marcado por tensões geopolíticas, guerras tarifárias e fragilidade das cadeias de abastecimento internacionais. Citando um relatório recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), lembrou que as vulnerabilidades macroeconómicas continuam elevadas na África Subsaariana, mas assegurou que Angola tem vindo a implementar reformas estruturais para reduzir essas fragilidades e tornar o país “mais competitivo, conectado e diversificado”.

Entre as medidas em curso, o governante destacou a modernização das infra-estruturas portuárias, ferroviárias, rodoviárias, aeroportuárias e energéticas, além do reforço das telecomunicações,  factores que, na sua visão, são essenciais para criar um mercado regional eficiente e sustentável.

“Os desafios que enfrentamos podem e devem transformar-se em oportunidades de prosperidade partilhada”, frisou Massano, reafirmando o compromisso de Angola com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e com a Agenda 2063 da União Africana.

A cimeira de Luanda, promovida sob o lema “Conectando Oportunidades, Gerando Valor Global”, é também uma plataforma para fortalecer parcerias público-privadas e incentivar o investimento em soluções inovadoras.

O evento reserva espaço para as ‘startups’ africanas, que apresentam propostas tecnológicas voltadas à mobilidade sustentável, digitalização e integração logística.