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Greve na AEROVIA: funcionários denunciam 10 meses sem salário e exigem saída da direcção

Trabalhadores paralisam actividades em todo o país e pedem explicações sobre o destino dos valores transferidos pelo Ministério da Defesa.

Registro autoral da fotografia

Há 10 horas
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A indignação dos trabalhadores da AEROVIA – E.P atingiu o limite. Após mais de dez meses sem receber salários, os funcionários da empresa pública de construção decidiram entrar em greve a nível nacional, exigindo não só o pagamento dos vencimentos em atraso, mas também mudanças profundas na gestão da instituição.

De acordo com António Pinto, responsável da comissão sindical, a paralisação começou no dia 13 do mês corrente em várias províncias, mas só esta sexta-feira chegou à província de Benguela, devido à demora na chegada do caderno reivindicativo.

O sindicalista revelou que, apesar de o Ministério da Defesa continuar a transferir fundos para a conta da empresa, os trabalhadores não têm visto o dinheiro chegar aos seus bolsos, levantando sérias dúvidas sobre o destino das verbas.

“O Ministério tem depositado os valores na conta da direcção, mas ninguém explica o que acontece a seguir”, denunciou António Pinto, que questiona também a falta de transparência nos contratos e obras atribuídos à empresa.

Entre as principais exigências do caderno reivindicativo estão o pagamento imediato dos salários, a regularização das contribuições sociais e o afastamento do actual Conselho de Administração, acusado de má gestão e falta de comunicação com os trabalhadores.

A AEROVIA – E.P é responsável pela execução de obras horizontais, verticais e especiais, e possui competências para adquirir, arrendar e gerir equipamentos e imóveis necessários à sua actividade.

Com a greve agora alargada a todo o território nacional, cresce a pressão sobre a direcção da empresa e as entidades tuteladas para dar uma resposta urgente às reivindicações dos trabalhadores, que dizem estar “à beira do desespero”.