0º C

11 : 06

Crise na FNLA: militantes pedem a cabeça de Nimi-a-Nsimbi

Pressão sobre Nimi-a-Nsimbi aumenta com acusações de má gestão e paralisia política

Registro autoral da fotografia

Há 17 horas
2 minutos de leitura

A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) volta a mergulhar em turbulência interna. Um grupo de militantes e quadros seniores exige a realização de um congresso extraordinário para substituir a actual liderança, acusada de má gestão, falta de transparência e incapacidade de resolver as divisões que há mais de duas décadas fragmentam o partido fundado por Holden Roberto.

Os contestatários responsabilizam o presidente Nimi-a-Nsimbi pelo “imobilismo” e pela ausência de actividades políticas relevantes desde que assumiu o cargo, em 2021. Segundo afirmam, o partido atravessa um período de “estagnação preocupante”, sem iniciativas públicas ou mobilização de base, e sem recursos para sequer promover pequenas acções partidárias.

Entre as vozes mais críticas está Fernando Pedro Gomes, antigo candidato à presidência da FNLA, que apelou à direcção para respeitar os princípios da democracia interna e cumprir os estatutos partidários. “A actual direcção tinha a missão de unir o partido e encerrar um ciclo de mais de vinte anos de conflito, mas o que vemos é o contrário: uma FNLA dividida, paralisada e sem rumo”, denunciou.

Os militantes alertam que, caso o pedido de congresso seja ignorado, poderão avançar para uma iniciativa interna de destituição de Nimi-a-Nsimbi, medida que, segundo afirmam, encontra amparo nos regulamentos da própria FNLA.

Defendem ainda que o caminho para a pacificação do partido passa pela convocação de um congresso em 2026, onde sejam debatidas as divergências e redefinida a estratégia política da FNLA. “Só com o respeito pelos estatutos e pela vontade da base poderemos restaurar a credibilidade e a unidade do partido”, reforçou Fernando Pedro Gomes.

Com mais de sessenta anos de existência, a FNLA enfrenta assim um dos seus momentos mais críticos, entre a pressão das bases, a exigência de reformas internas e o risco de um novo cisma no seio do histórico movimento nacionalista.