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ANGOLA COMO MEDIADOR: Cessar-fogo no Leste da RDC já vigora desde à meia-noite

O novo cessar-fogo no Leste da República Democrática do Congo (RDC), alcançado por intermédio de Angola, no dia 30 de Julho deste ano, está em vigor desde às 00h00 de hoje.

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Há 5 meses
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A nova solução para a paz naquela região da RDC, saída da segunda reunião ministerial entre a RDC e o Rwanda, realizada, em Luanda, sob a mediação de Angola, vai ser monitorada, de perto, por um mecanismo de verificação, que será reforçado por especialistas a indicar pela República Democrática do Congo, Rwanda e Angola.

Antes do arranque daquela reunião ministerial, as referidas delegações, dirigidas pelos chefes da diplomacia dos dois países vizinhos, Théresé Wagner, pela RDC, e Olivier Nduhungirehe, pelo Rwanda, foram recebidos pelo Presidente João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta, na qualidade de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação e medianeiro mandatado pela organização continental para o processo de paz na República Democrática do Congo.

Na sequência deste contacto, o estadista angolano conversou, ao telefone, em dias diferentes, com os homólogos Félix Tshisekedi, da RDC, e Paul Kagame, do Rwanda, cujo tema principal dos dois contactos foi o acordo de cessar-fogo. Ao reagir publicamente, pela primeira vez, à conquista deste novo cessar-fogo, o estadista angolano avançou que o próximo passo será, agora, o alcance de um acordo de paz definitivo.

“O que vamos fazer é trabalhar para evitar que haja retrocessos e que consigamos, então, negociar um acordo de paz que seja definitivo entre aqueles dois países irmãos e vizinhos”, declarou o estadista angolano, para quem o objectivo é impedir que haja um terceiro cessar-fogo e o regresso das hostilidades entre as partes.

O Presidente João Lourenço teceu estas declarações à imprensa, em Luanda, por altura do balanço da visita de Estado de 48 horas a Angola do homólogo malgaxe Andry Rajoelina. O mundo reagiu com agrado ao anúncio do cessar-fogo.

Após o anúncio do novo cessar-fogo na RDC, as reacções ao facto não se fizeram esperar e vieram dos quatro cantos do mundo, felicitando mais este esforço de Angola para a conquista da paz no Leste da República Democrática do Congo, onde dados recentes apontavam para o agravamento da situação provocada pelo grupo rebelde M23, com milhares de deslocados e uma crise humanitária que afectava milhões de mulheres, crianças e idosos.

 
Nações Unidas

As Nações Unidas, através do seu porta-voz, manifestaram disponibilidade para apoiar o Mecanismo de Verificação Ad Hoc exigido para supervisionar o cumprimento do cessar-fogo. Bruno Lemarquis, representante especial adjunto do Secretário-Geral das Nações Unidas na RDC e chefe interino da MONUSCO, expressou o apoio total da organização mundial ao acordo, que se destina à promoção da paz entre a RDC e o Rwanda e permitir, deste modo, o regresso seguro e digno de milhares de deslocadas às suas casas.

“As Nações Unidas felicitam o Presidente angolano, Sua Excelência João Lourenço, pelos seus esforços no âmbito do processo de Luanda”, destacou Lemarquis, que apelou, igualmente, às partes envolvidas no processo a trabalharem, de forma construtiva, para o alcance de uma solução pacífica e duradoura naquela região.

 
União Europeia

A União Europeia saudou o cessar-fogo e elogiou o trabalho “incansável” de Angola, como mediador.

Numa declaração do alto representante da UE para as Relações Exteriores, Josep Borrell, o bloco económico europeu destacou, ainda, o compromisso do Rwanda e da RDC para a garantia deste resultado, que considerou importante.

“Apelamos à implementação rápida e abrangente de todas as decisões tomadas na reunião trilateral e instamos todas as partes no conflito a respeitarem, rigorosamente, este cessar-fogo”, declarou o espanhol Borrell.

Reagiram também ao sucedido, os Governos dos Estados Unidos da América, França, Bélgica, Portugal e Reino Unido.

Jornal de Angola

PONTUAL, fonte credível de informação.