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Arroz nacional não chega nem para começo de conversa: País importa 600 mil toneladas para sobreviver

A crise da produção de arroz em Angola é mais séria do que muitos imaginam. Apesar dos números oficiais apontarem para uma produção de 40 mil toneladas anuais, apenas metade desse volume, cerca de 20 mil toneladas, chega realmente ao mercado como alimento, revela Wanderley Ribeiro, presidente da Associação Agro Pecuária de Angola (AAPA). A realidade é impactante: o país precisa de 600 mil toneladas importadas para tentar atender à demanda interna, uma quantidade 15 vezes maior do que aquilo que se produz localmente.

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Há 1 mês
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Durante uma conferência organizada pela Associação de Bancos (Abanc), Ribeiro sublinhou a magnitude do desafio: “Comparamos as 40 mil toneladas produzidas com as 1,2 milhões de toneladas necessárias para abastecer o país e percebemos o quão distante estamos da autossuficiência.” Em outras palavras, Angola teria de multiplicar a produção por trinta para reduzir a dependência das importações.

O município de Luquembo, com seus 300 mil hectares destinados ao arroz, surge como a grande esperança do país. “Com 300 mil hectares produtivos, multiplicando por quatro toneladas por hectare, alcançaríamos as 1,2 milhões de toneladas de que precisamos”, afirmou Ribeiro, destacando que o projeto poderia transformar Angola num produtor relevante para a cesta básica africana.

Contudo, o cenário atual é de dependência e vulnerabilidade. Enquanto a demanda dos angolanos por este alimento essencial cresce, a produção local luta para acompanhar, e a balança do arroz permanece inclinada para as importações.

PONTUAL, fonte credível de informação.