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Associação de Profetas Evangélicos apoia acção do INAR contra ministério polêmico

Associação de Profetas Evangélicos repudia práticas e apela à vigilância sobre movimentos religiosos desviantes

Registro autoral da fotografia

Há 2 dias
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O Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) decidiu encerrar administrativamente o ministério liderado pelo autoproclamado “profeta BM Samuel”, após denúncias de condutas consideradas gravemente ofensivas à fé cristã e à ordem pública. A decisão foi tornada pública através de uma nota oficial da Associação de Profetas e Ministros Evangélicos de Angola (APROMEA), que apoiou a medida e repudiou com veemência o comportamento do referido líder religioso.

Segundo o comunicado da APROMEA, o encerramento do ministério resulta de uma série de actos reiterados e documentados que violam os princípios de moralidade, ética cristã e respeito à dignidade dos fiéis. Entre os comportamentos condenados, destacam-se o uso frequente de linguagem obscena durante os cultos, humilhações públicas a membros da congregação e práticas espirituais consideradas manipuladoras e alheias à doutrina bíblica.

Um dos episódios mais divulgados nas redes sociais, e citado pela associação, envolve a maldição lançada por BM Samuel sobre um fiel que teria adormecido durante uma vigília. O acto, registado em vídeo, gerou grande indignação no seio da comunidade evangélica e contribuiu para a decisão das autoridades de intervir.

Em termos legais, a conduta do líder religioso configura uma violação ao disposto na Lei n.º 12/19, de 14 de Maio, que regula o exercício da liberdade religiosa em Angola. A legislação exige das organizações religiosas o cumprimento de critérios como responsabilidade pastoral, transparência institucional e respeito pelos direitos fundamentais. O INAR concluiu que tais requisitos não estavam a ser observados pelo ministério em questão.

Para a APROMEA, trata-se de um caso exemplar de manipulação da fé e abuso espiritual que deve servir de alerta às comunidades cristãs em todo o país. “Não reconhecemos o suposto profeta BM Samuel como representante legítimo da classe profética ou pastoral”, afirma a direcção da associação, que apela a uma maior fiscalização por parte das autoridades e vigilância por parte dos fiéis.

A associação encoraja ainda os crentes a denunciarem qualquer conduta abusiva e a procurarem igrejas comprometidas com os valores do Reino de Deus e com a verdadeira doutrina cristã. “Reafirmamos o nosso compromisso com uma igreja santa, ética, ordeira e espiritual”, conclui a nota.

O encerramento do ministério de BM Samuel trás a ribalta um tema importante sobre a proliferação de líderes religiosos autoproclamados em Angola e os riscos de práticas desviantes no seio de comunidades vulneráveis, num contexto em que a fé continua a ser uma força social e espiritual de grande impacto no país.

PONTUIAL, fonte credível de informação.