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Cedesa: EUA veem Angola como peça-chave para contenção da influência chinesa e russa em África

O Cedesa, grupo de estudo especializado em assuntos de Angola, considera que o reforço das relações entre os Estados Unidos e Angola tem como objetivo estratégico garantir a estabilidade em África e impedir o domínio absoluto de potências como a China e a Rússia no continente. Esta avaliação surge na sequência da visita do Presidente norte-americano, Joe Biden, a Angola na semana passada.

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Angola e o Soft Power Americano em África

Segundo o relatório intitulado “Biden em Angola: depois do adeus. Rumos e prospectivas para as relações Angola-EUA”, Angola desempenha um papel central no soft power americano na África Central e Austral, além de reforçar os interesses ocidentais no Golfo da Guiné. Essa relação, conforme o Cedesa, procura afastar quaisquer reminiscências neocoloniais, promovendo estabilidade regional e segurança marítima.

“Trata-se de garantir o acesso ao interior africano, mantendo a estabilidade das rotas marítimas e evitando o domínio total de África por potências como a China e a Rússia”, conclui o relatório.

Corredor do Lobito: Ambições Estratégicas dos EUA

Durante a visita de Joe Biden, foi anunciado um investimento adicional de 600 milhões de dólares no Corredor do Lobito, somando-se aos mais de 3 mil milhões já destinados a este projeto ferroviário. O corredor, que conecta Angola às zonas mineiras da República Democrática do Congo (RDC) e da Zâmbia, é visto como uma peça fundamental para as ambições americanas de conter a crescente influência chinesa em África.

Cooperação em Defesa e Segurança

No encontro com Biden, o Presidente angolano, João Lourenço, destacou a necessidade de maior cooperação no setor de Defesa, incluindo:

  • Treinos militares conjuntos;
  • Segurança marítima no Golfo da Guiné e Atlântico Sul;
  • Modernização das Forças Armadas Angolanas.

Esses pontos refletem avanços já concretizados, como a adesão de Angola ao Programa de Parceria de Estado (SPP) do Departamento de Defesa dos EUA, em setembro de 2024, e a realização do Comité Conjunto Angolano-EUA de Cooperação em Defesa (DEFCOM), que consolidou acordos em áreas como ciberdefesa, engenharia e a formação da nascente Guarda Costeira angolana.

Angola: Um Modelo de Segurança Regional

O Cedesa considera que Angola está a posicionar-se como um modelo de segurança na África subsaariana. Através de iniciativas conjuntas com os EUA, o país não apenas fortalece sua defesa nacional, mas também assume um papel estratégico na promoção da segurança regional e na abordagem de desafios globais, como o combate ao crime transnacional e a estabilidade marítima.

Impacto Regional e Global

A parceria entre Angola e os Estados Unidos vai além de interesses militares. Angola surge como um aliado crucial para os EUA na busca por uma África estável e próspera, desempenhando um papel relevante na contenção da influência de potências concorrentes e na consolidação de uma região atlântica segura.

PONTUAL, fonte credível de informação.