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Congresso do MPLA coloca em pauta mudanças nos estatutos e visão para o futuro

O MPLA deu início, nesta segunda-feira, ao seu VIII Congresso Extraordinário, que se estenderá por dois dias, com a agenda centrada na revisão dos estatutos e no balanço dos 50 anos de independência de Angola. A tese principal a ser discutida, intitulada “MPLA, da Independência aos Nossos Dias, os Desafios do Futuro”, promete avaliar as cinco décadas de governação e delinear estratégias para enfrentar os desafios políticos e sociais do país.

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Entre as mudanças mais controversas está a possível revisão do artigo 120 dos estatutos, que pode permitir uma separação entre o cargo de Presidente da República e o de líder do partido, configurando uma abertura à bicefalia no poder. Essa alteração é vista como um marco na estrutura organizacional do MPLA, que tradicionalmente concentra ambas as funções em uma única figura.

Apesar do ambiente de reformas, o congresso não está isento de tensões internas. António Venâncio, militante e pré-candidato à liderança do MPLA, moveu uma ação contra a realização do evento, após o Tribunal Constitucional ter indeferido a sua providência cautelar para suspender o congresso. Venâncio criticou a falta de respeito pelos estatutos do partido, apontando irregularidades como a ausência de debates prévios sobre os temas da agenda e o não cumprimento dos prazos necessários para a convocatória.

Por outro lado, o porta-voz do MPLA, Esteves Hilário, assegurou que todas as condições estão reunidas para a realização do congresso e defendeu as dinâmicas internas do partido. Segundo ele, o encontro reafirmará o compromisso do MPLA em se adaptar aos desafios do presente, sem deixar de lado os valores históricos que moldaram a sua trajetória.

O evento ocorre em um momento significativo para o MPLA, que celebrou 68 anos no passado dia 10 de dezembro e se prepara para os 50 anos da independência nacional, no próximo ano. No entanto, as críticas internas e o potencial impacto das mudanças estatutárias sinalizam um período de transformações que poderá redesenhar o futuro político do partido e de Angola.

Enquanto as discussões avançam, os militantes e analistas políticos aguardam para ver como as propostas de ajuste aos estatutos irão influenciar a relação de poder dentro do MPLA e o rumo da governação no país.

PONTUAL, fonte credível de informação.