Crise invisível: Mortalidade infantil cai, mas saúde e nutrição infantil continuam em alerta vermelho em Angola
Apesar de avanços pontuais na redução da taxa de mortalidade infantil em Angola, os dados do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2023-2024 revelam um panorama alarmante em várias áreas da saúde materno-infantil e nutrição.

Registro autoral da fotografia
A taxa de mortalidade infantil passou de 44 para 32 óbitos por mil nados-vivos entre 2017 e 2022, e a mortalidade de menores de 5 anos diminuiu de 68 para 52 óbitos por mil nascidos vivos. No entanto, os números expõem fragilidades que vão além dessa redução.
Os relatórios mostram um preocupante declínio nos cuidados maternos e na proteção contra doenças. Apenas 50% dos partos foram assistidos por profissionais de saúde qualificados, um decréscimo em relação aos 51% do levantamento anterior. Além disso, a imunização contra o tétano neonatal caiu dramaticamente, de 64% para apenas 49% das mulheres protegidas nos dois anos anteriores ao estudo.
A situação nutricional das crianças também piorou de forma significativa. Dados mostram que 40% das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição crónica, um aumento de dois pontos percentuais desde o último inquérito. Esse indicador chega a 22,9% nas zonas rurais, evidenciando a disparidade entre áreas urbanas e rurais.
Enquanto a taxa de fecundidade geral caiu para 4,8 filhos por mulher em idade reprodutiva, a fecundidade entre adolescentes de 15 a 19 anos continua alarmante, com 122 nascimentos por 1.000 adolescentes, sendo ainda mais elevada na área rural, com 195 nascimentos por 1.000 mulheres.
A malária, a principal causa de morte em Angola, continua a ser uma sombra sobre a população. Apenas 28,8% das famílias possuem mosquiteiros tratados, e, mesmo com uma cobertura ligeiramente maior nas áreas rurais, a lacuna no combate à doença é evidente.
A vacinação infantil, por sua vez, revelou um recuo preocupante. Apenas 29,4% das crianças de 12 a 23 meses foram imunizadas contra doenças infantis, representando uma queda de dois pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.
Estes números são um lembrete brutal das desigualdades persistentes no sistema de saúde angolano e da urgência de medidas concretas para combater a desnutrição, a mortalidade infantil e a precariedade dos cuidados maternos. Enquanto os números apontam para melhorias tímidas em algumas áreas, o quadro geral evidencia uma crise silenciosa que ameaça comprometer o futuro de gerações inteiras.
O governo angolano enfrenta o desafio de reverter este cenário crítico e garantir que o progresso estatístico se traduza em melhorias reais na vida das famílias angolanas.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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