DIVISÃO DE LUANDA DESPERTA DESCONFIANÇA: População prefere saneamento e transportes
A proposta de divisão administrativa de Luanda, promovida pelo MPLA, tem gerado um misto de apoio e ceticismo entre os luandenses. Enquanto alguns veem a iniciativa como uma oportunidade de melhoria, a maioria dos habitantes clama por soluções urgentes para o saneamento básico e o transporte público, áreas que consideram prioritárias.

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A ideia de dividir a província de Luanda em duas – criando as novas províncias de Luanda e Icolo e Bengo, uma proposta apresentada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), tem suscitado reações diversas por parte dos luandenses. Num contexto marcado pela falta de saneamento básico, transporte público deficiente e desigualdade na distribuição da riqueza, muitos questionam se essa divisão realmente trará os benefícios prometidos.
Nos bairros de Cacuaco, Ilha de Luanda, Cazenga e Viana, as opiniões divergem. Anabela Fernandes, uma estudante de 21 anos de Cacuaco, expressou o seu ceticismo, afirmando que a divisão “não tem lógica” quando as prioridades, na sua opinião, deveriam ser a melhoria dos serviços de educação, saúde e mobilidade. A sua amiga, Ana Marisa Chicanda, discorda, acreditando que a nova configuração administrativa pode facilitar o acesso a transportes públicos, como os populares “candongueiros”, que atualmente são escassos e ineficazes.
Outros moradores, como Cláudio Leite, que trabalha em Cacuaco, sugerem que a solução para os problemas de Luanda reside na dispersão da população pelos atuais municípios e na melhoria da distribuição de riqueza. Para Cláudio, a criação de novas autarquias é vista com reservas, sendo necessário, segundo ele, focar em problemas concretos como o saneamento e os transportes.
A situação precária da capital angolana, agravada pela má gestão de resíduos e a falta de infraestrutura básica, é uma preocupação constante. Para Adriano Baptista, de 36 anos, a divisão pode ser uma “mais-valia” se resultar em melhores condições de vida, especialmente no que diz respeito ao saneamento básico, uma área onde a cidade falha gravemente.
Na 7.ª Avenida do Cazenga, onde as águas residuais formam valas gigantescas, Filipe Fragoso, de 57 anos, criticou a divisão proposta, defendendo que a prioridade deveria ser a implementação das autarquias, para que os governos municipais sejam eleitos e mais responsáveis.
Em Viana, o município mais populoso de Luanda, a falta de transportes é uma queixa constante. Moisés Bento, um estudante, apoia a divisão, acreditando que ela poderá reduzir a aglomeração populacional e melhorar o acesso aos serviços. Já Joaquim Silva, um jovem empreendedor, discorda, temendo que a criação de novas províncias traga mais dificuldades econômicas para uma população já sobrecarregada.
Com a proposta agora em discussão no parlamento e enfrentando oposição, resta saber se a divisão de Luanda resultará em benefícios reais para os seus habitantes ou se será mais uma medida contestada e de resultados duvidosos. Enquanto isso, a população continua a enfrentar os desafios diários de uma cidade que parece estar cada vez mais distante das necessidades básicas dos seus cidadãos.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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